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Após fechar restaurante popular, prefeitura de Porto Alegre montará estrutura provisória no Tesourinha

Refeições serão produzidas dentro de uma carreta com 18 metros de extensão

11/05/2019 - 16h53min


Leticia Mendes
Robinson Estrásulas / Agencia RBS
Novo modelo foi apresentado pela secretária Comandante Nádia em entrevista coletiva

Dois dias após o único restaurante popular de Porto Alegre, na Rua Santo Antônio, no bairro Floresta, deixar de atender a população com almoço a R$ 1, a prefeitura apresentou uma alternativa temporária, mas somente para moradores de rua. Outras pessoas de baixa renda que costumavam frequentar o local seguirão sem acesso ao serviço. 

Para quem vive na rua, será montada uma estrutura no Ginásio Tesourinha, no bairro Menino Deus. Dentro de uma carreta com 18 metros de extensão, estacionada próximo do prédio, serão produzidas as refeições. A medida foi anunciada em coletiva de imprensa na tarde deste sábado (11). O serviço, conforme a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte, estará funcionando na segunda-feira (13).  

Diferentemente do modelo adotado no Restaurante Popular, esse não terá cobrança de valor. Seguirá a mesma linha dos próximos cinco restaurantes populares que a prefeitura promete implantar em diferentes regiões da Capital por meio de chamamento público. O processo deve levar cerca de 60 dias. 

Enquanto isso, as refeições serão oferecidas a partir de uma parceria entre o município uma organização da sociedade civil. A Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) se ofereceu para atender provisoriamente o público do bandejão durante o período de transição. Ela cederá a carreta, que já foi usada, por exemplo, para atendimento da população após a tragédia de Brumadinho (MG) e serviços de voluntários. O Executivo entregará os itens necessários para a produção dos almoços e montará a estrutura com mesas e cadeiras no ginásio. 

Neste domingo (12), a equipe da secretaria percorrerá os albergues da Capital para verificar quais pessoas necessitam do atendimento. Os moradores de rua que não utilizam o serviço dos albergues poderão receber alimentação, desde que comprovada a necessidade. A secretária Comandante Nádia defendeu na coletiva que cobrança de qualquer valor não é compatível com o atendimento e que é necessário descentralizar o serviço: 

— Porto Alegre não estava assistindo o seu todo. Porto Alegre estava assistindo uma parte das pessoas que precisavam se alimentar. Outro erro: nunca teve um diagnóstico das pessoas que ali entravam. Não podemos só ficar servindo um prato de comida, sem saber quem são as pessoas que estão recebendo essa alimentação. Precisamos saber o que ela precisa além de um prato de comida, senão é assistencialismo barato. 

Nádia disse ainda que o modelo a ser adotado priorizará um atendimento mais amplo:

— Vamos readequá-lo, fazendo com que fique descentralizado, nas regiões mais vulneráveis, nas regiões que necessitam, pois o município estará ali dando o prato de comida e a assistência. Vamos entrar dentro do restaurante popular não apenas com segurança alimentar, mas com equipe de abordagem, de assistência social, de psicólogos e pessoal da saúde, fazendo atendimento multifacetado desse cidadão.


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