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Distrito Industrial

Área para empresas não saiu do papel em Sapucaia do Sul

Empresários e moradores ainda aguardam pela conclusão do projeto, que já recebeu investimentos de quase R$ 2 milhões

20/06/2019 - 05h00min

Atualizada em: 20/06/2019 - 09h28min


Jéssica Britto
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Félix Zucco / Agencia RBS
Apenas uma grande área vazia, muito barro e alguns canos abandonados no local

Passados três anos e meio do início das obras do primeiro Distrito Industrial de Sapucaia do Sul, ocorrido em dezembro de 2015, empresários e moradores ainda aguardam pela conclusão do projeto, que, até então, já recebeu investimentos de quase R$ 2 milhões, provenientes do Fundo de Investimento do Distrito, mas, na prática, mal saiu do papel. 

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No local, foi realizada a terraplanagem, enquanto a abertura das ruas e a construção da rede pluvial estão em fase de conclusão. Hoje, ao visitar o terreno que deveria receber um aglomerado de empresas, o que se vê é apenas uma grande área vazia, muito barro e alguns canos abandonados.   

A atual administração, sob tutela do prefeito Dr. Luis Rogério Link (sem partido), tenta retomar o projeto com financiamento externo. Se tudo correr como planejado, a ideia é ter o montante de R$ 10 milhões disponíveis para dar continuidade às obras de infraestrutura. Para o secretário municipal de Indústria, Comércio, Agricultura e Abastecimento, Mário Cardoso, a crise econômica foi o principal motivo para a interrupção do projeto.

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– Buscamos esse financiamento e vamos tentar compor com outros recursos, como a PPP (Parceria Público Privada) da Corsan, e os recursos que são possíveis de se conseguir com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado – informou. 

O Estado disponibiliza um aporte de R$ 1,3 milhão para a infraestrutura de distritos industriais, verba que pode ser buscada pelo município, desde que atendidos alguns requisitos.

O projeto

O Distrito Industrial está sendo construído no quilômetro 6 da RS-118, no bairro Boa Vista, em uma área de 23 hectares. Ao todo, são 99 lotes destinados para a instalação de empresas, 12 dos quais já foram vendidos. O plano do empreendimento previa áreas institucionais, de lazer e de preservação ambiental, com a geração prevista de 4 mil empregos. 

A ideia é que o local possa receber grandes empresas, inclusive, multinacionais, principalmente, por sua localização estratégica.

– O município, historicamente, tem uma presença industrial importante. Uma posição geográfica favorável: fica na Região Metropolitana, próximo da BR-116 e da RS-118. A existência de um Distrito Industrial facilita no transporte dos trabalhadores, nos insumos que podem chegar para o mesmo segmento de indústria, pelo sistema de condomínio gerido pelos proprietários, pela segurança – defende Cardoso.

A prefeitura pretende investir em uma campanha para venda dos lotes, buscando corretores parceiros para impulsionar a comercialização. O valor arrecadado ajudará no andamento da obra. 

Empresário perdeu oportunidade de ampliação

Quando Rogério Locks, proprietário da Cemiro Gases, de Sapucaia do Sul, adquiriu quatro lotes do Distrito Industrial há quase 30 meses, a expectativa era pela ampliação do negócio e por novos investimentos. Passado todo esse tempo, a sensação é de frustração. 

O empresário, que trabalha com revenda de produtos de gás há 13 anos, mas comanda a empresa que tem mais de 40 anos de mercado, investiu no distrito com objetivo de abrir uma nova sede. 

Para isso, havia conseguido uma empresa parceira, mas acabou perdendo o investidor em função da demora na entrega do empreendimento.

– Quando comprei, iria ampliar em três vezes a empresa do que ela é hoje. Mas atrasou, atrasou e eu acabei perdendo a parceria. Perdi um negócio de mais de R$ 20 milhões – lamenta Locks.

Promessas

Os quatro lotes do empresário já estão pagos e, segundo ele, a promessa é de que seriam entregues no início de 2018. Depois, a prefeitura teria falado que seria no fim de 2018. Locks pagou cerca de R$ 1,4 milhão nos espaços, praticamente o valor investido até agora pela prefeitura no local.   

– Eu poderia estar fazendo investimentos na minha empresa, como a ampliação. Mas não faço porque estou em uma área que é industrial, mas é residencial também. Por isso, a importância do distrito – destaca o proprietário da empresa, localizada no bairro Getúlio Vargas.


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