Lembro muito bem do rosto de Mike Tyson na televisão tentando explicar que a moça que o acusava de estupro, na verdade, foi intencionalmente para o quarto, e que a relação foi de comum acordo. Hoje, quando assisto ao circo lamentável que virou a vida de Neymar por conta da acusação semelhante, penso que aprender olhando é fundamental. 

Claro que quando falamos de algo que rolou entre quatro paredes, tudo fica mais confuso. Mas tem algo que não se negocia: não é não. Mike Tyson e Neymar podem não ter entendido essa regra básica de uma relação a dois. 

Sei que tem muita gente inocentando Neymar e outras pessoas condenando. Mas a lição que fica para nós, pobres mortais, é que não temos o direito de contrariar as regras do corpo de ninguém, por mais que esta pessoa esteja nua em cima de uma cama. 

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Investigação

Tudo o que fizermos contra a vontade da outra pessoa é violência. Dizer que ela foi sabendo, que era parte da “brincadeira” ou que está querendo tirar uma grana não invalida o sentimento de ter sido agredida, e ela tem todo o direito de denunciar. 

Se ela estiver mentindo, que as investigações provem, mas não podemos determinar a inocência ou a culpa dele. Esse raciocínio tem como base o machismo, impregnado em nós. 

O mesmo machismo que faz alguns homens acharem que, na cama, a mulher é objeto dele e não tem direito de mandar parar tudo. Elas têm e devem fazer. Se o amigo ficar chateado que se resolva sozinho. Cada corpo tem uma regra, e cabe às mulheres definirem quais são as regras dos seus.

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