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Renascer da Esperança

ONG da Restinga oferece aulas de corte e costura para mulheres

Iniciativa tem o objetivo de prepará-las para o mercado de trabalho e também ajuda no empoderamento das participantes

05/06/2019 - 05h00min

Atualizada em: 05/06/2019 - 15h40min


Jéssica Britto
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Mateus Bruxel / Agencia RBS
Grupo aprende técnicas que podem ajudar a gerar renda

No saguão da ONG Renascer da Esperança, no bairro Restinga, zona sul de Porto Alegre, uma conversa demonstra o espírito de coletividade. 

— Não fica tensa, não te preocupa, eu nunca mexi em uma máquina e ajudei a fechar os saquinhos de pano. Precisamos dos erros para ter os acertos.

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O conselho partia da presidente da organização, Rozeli da Silva, 55 anos, para uma aluna da projeto Mãos Costurar É Arte, sobre a importância do aprendizado. Desde o dia 20 de maio, a ONG está oferecendo curso de corte e costura com objetivo de preparar mulheres que vivem em vulnerabilidade social e educandos para o mercado de trabalho, aumentando a busca por qualificação profissional. 

O projeto — que nasceu durante uma jornada de trabalho da presidente, gari do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) até 2018 —, teve início em 2015, já com viés de cooperativa, mas parou em 2017 quando a professora mudou de cidade. Em 2019, a ONG finalmente conseguiu retomar a iniciativa com a chegada da designer de moda Renata Nunes, 40 anos.

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Recursos da Justiça Federal ajudaram ONG a comprar equipamentos para os trabalhos

Lista de espera

As inscrições foram abertas e uma lista extensa de interessadas logo mostrou que o sucesso do projeto era questão de tempo. Atualmente, 52 pessoas estão matriculadas e 90 aguardam por uma vaga. Para dar conta de atender a todos, Rozeli busca apoio de empresas e voluntários para conseguir abrir as portas de mais uma unidade da ONG no bairro. Um prédio novo, emprestado por um advogado, espera por ajustes para poder abrir as portas. Recentemente, a organização foi contemplada com recursos da Justiça Federal e conseguiu comprar matéria-prima e máquinas novas para a cooperativa, que até então, só tinha três equipamentos.  

— Queremos capacitar, profissionalizar essas pessoas, trabalhando com a sustentabilidade e com o empoderamento feminino. Queremos gerar renda para ONG e para as participantes. Se fortalecermos a estrutura, poderemos contemplar mais pessoas — destaca a professora Renata.

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Comprometimento

Nos dois anos em que o projeto ficou parado, algumas alunas continuaram frequentando a ONG e produzindo material. Elas criaram desenhos e projetos que, agora, vão sair do papel. A ideia é que as novas turmas desenvolvam uma coleção com 10 peças e possam apresentar os produtos em um desfile. O curso deve ser concluído em setembro. A intenção também é trabalhar com a cooperativa sacolas ecológicas, saquinhos para pães, entre outros produtos, desenvolvendo o lado sustentável. Mais tarde, desenvolver uma coleção autoral.

— São pessoas que estão aqui e não têm renda, mas que não têm renda porque não tem o conhecimento — definiu Rozeli.

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Ajuda mútua e comprometimento com cada fase

— O comprometimento, a garra delas impressiona. Estamos engatinhando, mas engatinhando de forma muito rápida por esse ideal — completa Renata.

"Quero criar a minha própria marca"

A oportunidade de ter uma renda, no momento em que está desempregada, foi o que levou Laiza Rafaela de Souza, 23 anos, a se inscrever no curso e a ingressar na cooperativa.

— Não estou trabalhando, mas faço algumas faxinas. Quero aprender (a costurar) para fazer roupas para minha família. Vou absorver ao máximo de conhecimento e tentar trabalhar com isso — conta a mãe de três filhos, de três, cinco e seis anos.

O que Laiza vai produzir também cruza com o sonho da estudante Thais Bianca Carvalho, 16 anos. Ela foi uma das jovens responsáveis por criar os desenhos da coleção que será produzida pela nova turma. 

— É muito legal estar aqui, pois é difícil encontrar cursos de graça assim na Restinga. Quero ser modelo, dançarina e pretendo criar a minha própria marca.

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Thais sonha em ter sua própria marca no futuro

O que a ONG precisa

/// Para a nova sede: divisórias, instalação e itens de elétrica e hidráulica, vasos sanitários
/// Para a cooperativa: um computador com boa capacidade para instalação de programas de design, como Photoshop e CorelDraw
/// Para o curso: bustos de moulage e máquinas de costura
/// A ONG Renascer da Esperança fica na Avenida Macedônia, 199, Restinga Nova
/// Contato: (51) 3266-0864

Mateus Bruxel / Agencia RBS



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