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Cebola, tomate e batata pesam no orçamento do consumidor. Veja como organizar as compras 

O clima é o principal fator para oscilação de preços, além do período das safras. O quilo da cebola chegou, em média, a R$ 5,71, o maior preço do ano

30/07/2019 - 10h53min


Jéssica Britto
jessica.britto@diariogaucho.com.br
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André Ávila / Agencia RBS
O quilo da Cebola chegou a R$ 5,71 na última semana

A salada está pesando no bolso dos gaúchos. O quilo de itens básicos para quem cozinha, como a cebola, atingiu em julho o maior valor do ano, R$ 5,71, conforme a cesta formada pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), com dados coletados pelo Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas (IEPE) da UFRGS em Porto Alegre. De junho para julho, o preço do produto subiu 9,8%.

A cenoura também subiu no último mês. O preço médio do quilo passou de R$ 5,07 em junho para R$ 5,16 em julho, aumento de 2,7%. O tomate, item essencial no carrinho de compras de muita gente, segue sofrendo mudanças constantes de preço. Em janeiro, o quilo custava, em média, R$ 4,36. Em junho, chegou a R$ 7,96, uma variação de R$ 3,60. De junho para julho, sofreu pequena redução de 2,3%.

— Cebola e batata eu compro em pouca quantidade, às vezes, até de um em um. Então, acaba não alterando muito para mim. Mas o tomate sim, tem aumentado e muito, e já deixamos de comer — conta a professora Lilian Ramos, de 40 anos.

O clima é o principal fator para oscilação de preços, além do período das safras. Segundo o gerente-técnico das Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa-RS), Claiton Colvelo, o segmento de hortaliça-fruto, que inclui o tomate, abobrinha e pimentão, por exemplo, tem a produção praticamente parada no inverno. Nesse período, o Rio Grande do Sul é abastecido, principalmente, pela região Sudeste. 

André Ávila / Agencia RBS
Lilian e a filha Magnólia diminuíram o consumo de tomate em função do preço

Clima

O frio, que veio mais intenso esse ano, não apenas no Estado, mas também em outras regiões do país, influenciou na disparada dos preços.

— Estamos com um ritmo de preço bem mais alto do que o normal e em boa parte dos produtos, por causa do clima. Fazia anos que não tínhamos um frio tão intenso, e isso prejudica bastante. O frio é bom agora para próxima safra de maçã, pêssego e laranja, por exemplo. Mas, nas culturas mais sensíveis, afeta bastante, pois prolonga o tempo de aprontamento — destaca Colvelo. 

As chuvas dos últimos dias também trouxeram reflexos. No caso da batata inglesa, dificultou a colheita. 

— Quando há um período de vários dias de chuva, os produtores enfrentam problemas para colher. Aí, se esgota o estoque dos galpões, começa a faltar e dá essa disparada. Mas é temporário, é questão de melhorar o tempo, firmar o solo e retornar a colher para abastecer o mercado — completa Colvelo.

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Pesquisar é importante

A lei da oferta e da procura é outro ponto a ser levado em consideração. A cebola importada está em um momento de baixa disponibilidade no mercado. A oferta menor, consequentemente, acaba impactando no preço dos demais tipos. 

— Nós só vamos ter safra de tomate e cebola no final do ano e, até lá, seguiremos abastecidos por outras praças produtoras do país. Se o clima em outros Estados não prejudicou as lavouras, a tendência é estagnar o preço, ou até baixar um pouco, mas isso vai depender do prejuízo que esse tempo está provocando nas lavouras — explica o gerente-técnico da Ceasa. 

Sendo assim, não há saída: pesquisar é o grande segredo. Pelo menos é no que aposta a desempregada Marcela Camiza, 24 anos.

— Pesquiso nos mercados e vou no mais em conta. Às vezes, diminuo consumo ou simplesmente deixo de comprar — relata. 

Equilibre a conta do supermercado

/// Busque sempre frutas e verduras da época, que, normalmente, têm preços mais acessíveis.  

/// A cebola normalmente é utilizada como tempero em outras preparações. Como substituto, podemos utilizar o alho e cebolinha fresca. Quanto à batata, pode ser substituída por aipim ou batata doce. Adquirir estes alimentos em feiras também pode ser uma opção melhor quando pensamos no custo.

/// Quanto ao tomate, busque uma oferta, compre em maior quantidade e congele-o. O tomate pode ser congelado inteiro, picado ou na forma de molho.

/// Utilize estes alimentos em outras preparações (ex: sopas, bolos) ou congele-os, para que não haja desperdício.

/// Organize suas compras. Ir ao supermercado semanalmente, por exemplo, permite aproveitar melhor os itens, reduz o desperdício e dá maior possibilidade de encontrar alimentos em oferta.

Fonte: Denise Ruttke Dillenburg Osório, professora do curso de Nutrição da Universidade Feevale

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