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Porto Alegre

Projeto Ouviravida precisa de doações de instrumentos para aulas

Oferta de cursos já foi ampliada e novos alunos estão sendo atendidos. Equipamentos ajudarão a qualificar atendimento

08/07/2019 - 05h00min


Jéssica Britto
jessica.britto@diariogaucho.com.br
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Fernando Gomes / Agencia RBS
Chegada de novos instrumentos possibilitou ampliação do projeto

Com o envolvimento de vários profissionais e o interesse da criançada em aprender, o Ouviravida, dedicado ao ensino gratuito de música, entra em uma nova fase de expansão. O projeto, que tem como base o Centro São José, na Vila Pinto, bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, desde junho oferece novos cursos, ampliando o número de alunos atendidos de 180 para 200. Agora, além de flauta, canto e percussão, também oferece gaita, trompete, violão e teclado. 

As crianças, com idades que variam dos seis aos 15 anos, são atendidas no turno inverso à escola. Miguel Silveira, 11 anos, já havia tido contato com piano, mas nunca com um teclado. Na última sexta-feira, pela primeira vez, pôde aventurar-se no instrumento recém chegado à entidade. A colega Gabriela Chalmers, também de 11 anos, só tinha visto um semelhante nas aulas de canto.

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— Já tocava percussão. Agora, estou descobrindo o teclado. Gosto tanto de cantar quanto de tocar — conta Gabriela.

— A música possibilita que a criança expresse as ideias e os sentimentos. Desenvolve a sensibilidade, a identidade, a coordenação motora, as relações sociais, pois sempre estão em uma atividade coletiva, que depende de respeito ao próximo, de ouvir ao outro, da tolerância. Um projeto como esse cumpre uma lacuna importante diante das condições sociais das crianças, dá uma alternativa de vida — opina a coordenadora pedagógica e professora, Nise Franklin.

Como começou

Fernando Gomes / Agencia RBS
Miguel está aprendendo a tocar mais um instrumento

O Ouviravida nasceu em 1999, já na Vila Pinto, no Centro de Reciclagem do bairro, a partir de uma ideia do maestro Tiago Flores. Logo em seguida, foi acolhido pelo Centro São José. Em 2007, por falta de apoio, precisou encerrar as atividades. Dez anos depois, com a chegada do patrocínio da Dufrio, ele foi retomado. 

Mesmo assim, para funcionar plenamente ainda depende de doações e de voluntários. Hoje, três aulas são ministradas por professores voluntários: Angelo Primon (violão), Matheus Kleber (gaita) e Isac Costa Soares (trompete). 

Isac, inclusive, foi aluno de flauta doce, canto coral e percussão do Ouviravida em 2003, quando tinha 14 anos e o projeto ainda atendia o município de Alvorada. Tomou gosto pela profissão, concluiu o curso de licenciatura em Música, e desde 2017 integra o corpo de docentes. Angelo também já tinha participado do projeto na sua primeira fase.

— A reimplantação de forma mais sólida trouxe uma nova demanda e, com a ampliação, foi possível voltar — disse. 

No dia 13 de julho, a partir das 16h, ocorrerá a apresentação de final de semestre do projeto na Paróquia Mãe do Perpétuo Socorro (Rua 1, 140, Cefer II, bairro Jardim Carvalho). A entrada é gratuita.

Doações e voluntariado

As campanhas em prol do Ouviravida são divulgadas no Facebook (facebook.com/ouviravida/) e Instagram (instagram.com/ouviravida/). Professores voluntários são bem-vindos e a doação de instrumentos também. Os equipamentos de que o projeto mais precisa são teclado, violão, gaita, trompete, flauta doce - barroca, pratos e caixas de bateria com estantes e repiniques. E necessitam estar em bom estado de conservação, já que o projeto não tem condições de custear os consertos. 

Para outras informações, basta contatar Nise, pelo (51) 99911-3130.

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