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Aumenta percentual de famílias gaúchas endividadas: confira 8 dicas para sair do vermelho

Pesquisa divulgada pela Fecomércio-RS mostra aumento do índice de 67,4% para 71,3% na comparação entre os meses de agosto de 2018 e agosto de 2019.

24/09/2019 - 05h00min


Jeniffer Gularte
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Organização é o primeiro passo para melhorar as finanças

As famílias gaúchas estão mais endividadas. É o que mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e divulgada pela Fecomércio-RS. 

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O estudo revela que o percentual de famílias endividadas em agosto de 2019 cresceu em relação ao mesmo período de 2018, subindo de 67,4%, no ano passado, para 71,3%.

A percepção do nível de endividamento também subiu: o percentual de famílias que se considera muito endividada chegou a 18%, ante 9,85% em agosto de 2018. Foram ouvidas 600 famílias para o levantamento. 

A pesquisa considera que famílias endividadas são aquelas que contraíram dívidas com cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de loja, empréstimo pessoal, compra de imóvel ou prestações. As dívidas são consideradas independentemente das parcelas estarem sendo pagas ou não.  É qualquer comprometimento da renda futura feita com uma compra no passado.

Na avaliação do presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, a instabilidade econômica do país, aliada à alta informalidade do mercado de trabalho, contribui para o endividamento das famílias e a dificuldade em quitar seus débitos:

– A possibilidade de saque das contas do FGTS pode ser uma oportunidade para a quitação total ou parcial da dívida de muitas pessoas. No entanto, a alta informalidade do mercado de trabalho continuará sendo um dos principais motivos para a dificuldade das famílias em manter os compromissos financeiros em dia devido à característica da menor regularidade dos prazos e valores das remunerações – ressalta Luiz Carlos.  

No cartão

A pesquisa revela ainda que o cartão de crédito é o principal meio de dívida, segundo 76,4% dos endividados, seguido por carnês (35,9%), crédito pessoal (15,5%) e financiamento da casa (13,7%). O especialista em educação financeira Edward Claudio Junior explica que é um erro considerar o cartão de crédito uma despesa. Ele deve ser encarado como uma forma de pagamento.

– O que está dentro do cartão é uma série de gastos que precisa ser avaliada de forma separada. A pessoa deve abrir a fatura e ver o quanto gasta em cada item: supermercado, combustível, roupas, remédio. Muitos destes gastos têm margem para redução – ensina. 

Na avaliação de Edward, a falta de educação financeira é ponto determinante para dificultar a relação das pessoas com o próprio dinheiro. 

Por isso, muitos endividados tomam um susto quando colocam todos seus gastos na ponta do lápis:

– Muita gente compra pela emoção, renegocia empréstimos com juros absurdos. Falta noção de como gerenciar o próprio salário. A maioria das pessoas não tem nenhum controle, em planilha, dos próprios gastos. 

8 DICAS PARA SAIR DO VERMELHO

1. Reúna a família e converse sobre o endividamento. A consciência de economia deve vir de todos os integrantes.

2. Coloque no papel todos os gastos. Item a item, sem esquecer as despesas menores.

3. Cartão de crédito deve ser visto como forma de pagamento, não como despesa. Abra a fatura e separe cada item. Veja o que pode ser ser reduzido.

4. Repense onde pode reduzir os gastos fixos: contas de água, luz e telefone podem ter seu consumo readequado.

5. É importante que seu padrão de vida atinja entre 80% a 90% da renda familiar. Deste hábito depende a saúde financeira da família.

6. Atrasar contas com juros menos elevados para privilegiar as que têm juros mais altos pode ser uma solução imediata. 

7. Lembre-se de renegociar dívidas, prazos e juros antes de ficar inadimplente. Tente diminuir o valor das parcelas.

8. Utilize o cheque especial apenas em situações emergenciais e por prazos curtos. Os juros são muito elevados.

Fontes: economista da Boa Vista Flávio Calife e especialista em educação financeira Edward Claudio Junior


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