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Lá em Casa

Cris Silva: "Adolescência aos dois anos"

Colunista escreve sobre maternidade e família todas as sextas-feiras

25/10/2019 - 08h00min


Foto: Arte DG
Cris no DG

Essa semana, eu estava passeando no shopping com o Matheus, meu filho de quase dois anos, quando ele correu e entrou numa loja de decoração, daquelas que a gente sua frio só de pensar no estrago que aquelas mãozinhas podem fazer numa prateleira cheinha de vidros. Corri e me abracei nele, peguei no colo tentando retirá-lo daquela zona de perigo e pronto, estava armado o barraco.

Ele abriu um berreiro e, quando o soltei do lado de fora da loja, se atirou no chão e fez um fiasco nunca visto. Foi a estreia. Parei e fiquei tentando decidir o que fazer. Ele nunca tinha dado esse show. 

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Em silêncio, me abaixei, peguei-o no colo e, em seu ouvido, disse, numa paciência de monge: “Filho, pra que isso? Vamos pra casa ver o papai”. Não funcionou. Ele continuou chorando, pura manha.Segui com ele no colo para o estacionamento do shopping. Foi aí que me lembrei da frase de uma amiga: “Te prepara, vem aí a famosa Terrible Twos”. A descrição em inglês seria algo como “Os Terríveis Dois Anos”, e não tem nada de mito. 

Conversei com a Carla Leonhardt, pediatra do Matheus, que me explicou do que se trata, quanto tempo dura e como atravessar esse momento de forma mais tranquila. Essa fase começa em torno de um ano e meio e dura até os três anos, em média, e é conhecida também como adolescência do bebê. É quando a criança se dá conta de que é um indivíduo e luta para conquistar o seu espaço – gritando, batendo nos outros ou se jogando no chão. Cabe aos pais ter muita paciência e estabelecer limites. E, acreditem, a causa para esse comportamento é simplesmente o próprio desenvolvimento natural da criança. A fase dos dois anos é um período de grandes mudanças para ela. E, embora não seja uma regra, algumas crianças demonstram essas características mais intensamente.

Lauro Alves / Agencia RBS
Birra marca o período

Dica de especialista

A psicopedagoga Marina Alves explica que algumas atitudes dos pais são importantes na hora do “show”. “Não haja com violência, descarte palmadas, tapas ou qualquer outro comportamento agressivo para tentar conter uma birra”, diz. 

A especialista segue: “Evite dar broncas na frente de outras pessoas para que ele não se sinta constrangido, nem você. Uma boa dica para mudar o foco da birra é chamar a atenção da criança para outra situação. Em lugares públicos, se a birra persistir e você estiver se sentindo mal, tire o filho do ambiente sem demonstrar irritação e sem conversar. Se a crise de birra vai além, e a criança começa a se debater no chão ou até mesmo a bater com a cabeça na parede, o ideal é conter a ação dela sem dar atenção ou demonstrar comoção. Só fique atenta para a possibilidade de esse comportamento estar refletindo algum problema emocional”.

Pérolas da criançada

– Mãe, é verdade que não podemos responder às pessoas mais velhas? – questionou Maria Julia.
– Sim, filha!
Pensativa, a menina perguntou mais uma vez:
– Então, por que vocês adultos vivem me fazendo perguntas?
Maria Julia, seis anos

Brechó do ICI

Brechó será no sábado.

Neste sábado (26), das 9h às 16h, ocorrerá o brechó do Instituto do Câncer Infantil (ICI). Será na Rua São Manoel, 850, bairro Rio Branco, em Porto Alegre. Haverá roupas e calçados à venda, com preços acessíveis. A renda será usada em prol da causa. Participe!



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