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Aplicativo permite que pais monitorem filhos em escolas públicas de Sapucaia do Sul
Ferramenta lançada na rede municipal permite aos responsáveis fazer o acompanhamento de faltas, notas e ocorrências dos alunos na escola
O trabalho ou mesmo a rotina corrida acabam afastando alguns pais e responsáveis do acompanhamento da situação escolar dos filhos. Entretanto, na rede municipal de Sapucaia do Sul, no Vale do Sinos, uma iniciativa tem tentado mudar este cenário. Por meio de um aplicativo lançado pela Secretaria Municipal de Educação (Smed), a família do aluno pode acompanhar as notas, a frequência e o comportamento do estudante em sala de aula.
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Lançada no final de outubro, a tecnologia já está disponível em 16 escolas municipais _ a intenção é que, até o final do ano, se estenda para todas as instituições municipais da cidade.
O pontapé inicial foi dado ainda em setembro, por meio de um projeto-piloto na Escola Municipal de Educação Básica João de Barro. A razão disso é que o diretor da instituição, Lairton Kaefer, foi um dos incentivadores da iniciativa. Segundo ele, o sistema de educação municipal já colocava todos os dados em uma plataforma digital. Porém, essa base acabava circulando apenas internamente.
— A Smed foi muito receptiva com a ideia, e procuramos a mantenedora do sistema para trabalhar na implantação do aplicativo — recorda Lairton.
Cada aluno possui um código, disponibilizado ao seu responsável. Depois de fazer o download do aplicativo, batizado de Nina, o código é inserido e um cadastro é criado pelos pais. Daí em diante, todos os dados do estudante ficam disponíveis.
— É uma tecnologia que veio para tornar o nosso trabalho como professor mais célere, transparente e próximo de quem é responsável pelos alunos — comemora o diretor.
Comunicação
Apesar de poder soar como uma medida um pouco invasiva, principalmente para os adolescentes mais contrários à vigilância dos pais, a iniciativa tem melhorado muito o relacionamento de algumas famílias. Para o casal Márcio Leandro de Souza, 41 anos, e Fátima Tavares Mattje, 43 anos, por exemplo, a iniciativa deu voz à pequena Mikaela, seis anos, filha do casal.
Autista, a menina não se comunica e também não permite que ninguém converse com os pais enquanto ela está por perto. Como o casal vai à escola apenas para levá-la à aula, os professores acabavam não podendo interagir.
O aplicativo Nina permitiu a retomada dessa comunicação entre família e escola. Fátima relata que se sente bem mais confortável com a segurança da filha durante a aula, pois pode acompanhar qualquer ocorrência através do app.
— Foi incrível, é a voz que minha filha não tem. Os professores deixam recados e podemos retornar, facilitando muito o que, antes, tinha de ser resolvido pessoalmente — elogia a mãe.
Além de Mikaela, os pais também têm outra filha que estuda na escola, Rayana, nove anos.
Iniciativa também no Estado
O modelo de funcionamento aplicado em Sapucaia do Sul também está sendo testado em escolas estaduais. Conforme a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), o projeto ainda está em fase de testes, com acesso direcionado aos professores e diretores. Participam do projeto-piloto 382 das 2.500 instituições estaduais. A Seduc garante que serão 1.080 até o final deste ano. Em 2020, todas as escolas da rede estarão contempladas.
Batizado de Escola RS, o app tem três módulos. O primeiro, que está em uso, é para professores, contando com diário de classe para registro de frequência e aproveitamento dos alunos. O segundo é o app Gestor, que permite que a gestão da escola, a Seduc e as coordenadorias regionais acompanhem as atividades escolares, além da frequência dos alunos, avaliações, resultados e alertas de alunos infrequentes. Isso deve auxiliar, por exemplo, no combate à evasão escolar, reprovação, direcionamento de investimentos e demais ações.
O terceiro módulo é o app para os pais, que ainda está sendo testado. Além do relatório de comparecimento às aulas, os responsáveis verão avaliações, aproveitamento, horários, agenda de atividades e de eventos da escola.