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ENSINO PÚBLICO

Depois de aulas sob calor de 50°C, alunos da Escola Estadual Tuiuti têm de lidar com goteiras em salas improvisadas

Instituição de ensino de Gravataí tem parte de sua estrutura interditada. Parte de obra deve ser concluída até o final de novembro

06/11/2019 - 05h00min

Atualizada em: 06/11/2019 - 10h07min


Jéssica Britto
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Fernando Gomes / Agencia RBS
Biblioteca virou sala de aula

Mais um capítulo na novela que envolve a Escola Estadual Tuiuti, de Gravataí. Há algumas semanas, com um calor que se aproximou dos 40ºC na Região Metropolitana, professores registraram com um termômetro a temperatura interna de 50ºC em uma das salas de aula. Naqueles dias, seis pessoas passaram mal na instituição e os alunos precisaram ter aulas embaixo das árvores, com quadros improvisados nas paredes. 

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Agora, o problema é outro. A chuvarada dos últimos dias trouxe goteiras para as salas, e os alunos resolveram improvisar para poder dar sequência aos estudos. Na segunda-feira (4), à tarde, estudantes do 3° ano do Ensino Fundamental abriram os guarda-chuvas dentro da sala de aula para se proteger. 

A professora da turma, Caren Renata Vieira, tirou uma foto e compartilhou no grupo de pais. Logo, a foto estava circulando pelas redes sociais e levantando, mais uma vez, a discussão sobre a situação da escola.

A foto que viralizou foi tirada na biblioteca. O espaço, assim como a sala multimídia e de informática, estão sendo usados desde julho como salas de aula. As prateleiras com livros foram afastadas e tapadas com TNT. No meio do cômodo, foram acomodadas as classes. 

O DG acompanha a Tuiuti desde junho deste ano, quando pais e alunos ocuparam a escola por uma semana em protesto pelas condições estruturais dos prédios. Depois disso, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) enviou uma equipe técnica e retirou o forro dos quatro pavilhões da escola.

Carmem Renata Vieira
Goteiras em plena sala de aula

Em 2016, a escola foi uma contemplada com verba de R$ 120 mil. 

O projeto foi encaminhado, mas a obra nunca saiu do papel. Em 2018, as condições estruturais do prédio pioraram e, no final do mesmo ano, o forro do quarto pavilhão caiu. O prédio foi interditado. Neste ponto, obras estão sendo realizadas desde julho.

– A obra, porém, está parada. Ontem (segunda, 4), a Coordenadoria Regional de Educação me disse que vão pagar mais uma parcela para a empresa e concluir o telhado – explicou a diretora Geovana Rosa Affeldt.

Com a retirada do forro, as salas ficaram sem isolamento acústico.

– Hoje (terça-feira, 5) mesmo tinha uma goteira onde eu estava sentada. Às vezes, temos provas e não conseguimos nos concentrar, porque a gente escuta tudo o que vem das outras salas – relata a estudante Shelly da Rosa Minussi, 18 anos, do 3° ano.

Fernando Gomes / Agencia RBS
Laboratório de informática também virou sala de aula

Obra em etapas

Um grupo de empresários doou R$ 15 mil e refez o forro do salão de eventos da escola. Como o salão fica no terreno, mas não consta como área escolar, foi possível utilizar a verba. 

A Seduc informa que já estão sendo realizadas reformas estruturais em quatro prédios da instituição. A reforma dos pavilhões 1, 2 e 3, que somam juntos um investimento de R$ 525 mil, está em fase de licitação. 

O prazo para entrega da obra, após assinada a ordem de início, é de 120 dias. A empresa responsável pelo pavilhão 4, que estava com a obra paralisada, já foi notificada pela Seduc e deve recomeçar os serviços imediatamente. Com um investimento de R$ 110 mil, a previsão é de que estes trabalhos estejam concluídos até o final do mês de novembro.


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