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Esporte e amizade

Time de futebol amador completa 81 anos em Porto Alegre

Vila Cristal Futebol Clube foi fundado em 1938 pelo ex-deputado estadual José Vecchio. Confraternização neste domingo comemorou mais um aniversário

08/12/2019 - 16h56min


Jéssica Britto
jessica.britto@diariogaucho.com.br
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Jéssica Britto / Agência RBS
Time se reuniu neste domingo para celebração

Essa história fala de companheirismo, parceria e diversão. Não é à toa que muitos dos jogadores ingressaram no clube quando adolescentes e, hoje, estão no auge dos seus sessenta, setenta e poucos anos, mas seguem aparecendo para as "peladas" semanais. É porque, além de futebol, o Vila Cristal Esporte Clube virou um reduto de boas histórias e longas amizades. Neste domingo, esse seleto grupo se reuniu para mais uma partida, mas com um motivo extra: comemorar os 81 anos de fundação, na zona sul de Porto Alegre.

Além de, claro, bater aquela bolinha, os integrantes fizeram churrasco e entregaram premiações aos destaques do ano na sede do Clube América, no bairro Camaquã. Como não têm sede, os jogadores do Vila percorrem os campos da cidade, semanalmente, para manter a tradição. 

O Vila Cristal foi fundado em 20 de outubro de 1938 pelo ex-deputado estadual José Vecchio (1909-1994). Quando os irmãos Paleman de Oliveira (conhecido como Lilão), 72 anos, Antônio Carlos de Oliveira (conhecido como Lako), 74 anos, e Moacir de Oliveira, 66 anos, saíram de Santo Ângelo e vieram morar na Capital, o irmão Juarez, hoje falecido, foi jogar no time. Logo em seguida, os demais irmãos também ingressariam. Passados algum tempo, Vecchio passou a gestão do clube para eles, que há 50 anos seguem no comando do time. Atualmente, quem preside o Vila é Antônio Carlos de Oliveira Junior (o Nego), 29 anos, filho de Lako.  

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Prestígio

O Vila Cristal já revelou e recebeu atletas que passaram por várias agremiações do interior gaúcho e do país. Lilão, por exemplo, atuou no Estrela Futebol Clube, Lako no Avenida, de Santa Cruz. Manoel Carvalho Moreira, 73 anos, o Manequinha, foi profissional e passou por São Leopoldo, Cruz Alta, Santa Rosa, Lages, Vitória da Conquista (na Bahia) e São Luís do Maranhão (onde foi campeão estadual em 1972). Depois de toda essa caminhada, foi no Vila Cristal que seguiu disputando partidas com os amigos. 

Em tempos áureos, o time chegou a ter uma escolinha com todas as categorias. Conquistou o título de campeão estadual na categoria amador, no Beira Rio, em 1978. Hoje, ter o espaço próprio é um grande sonho, mas ainda distante de se concretizar. 

— Já tentamos algum local com a prefeitura. Bancar por conta é muito difícil. É um time humilde — fala Nego.

Vida longa ao Vila

Jéssica Britto / Agência RBS
Lilão, Lako e Moacir: irmãos ajudaram a construir a história do Vila

Enquanto a sede não vem, a integração é o que mais importa. Durante a semana, o confronto é definido, o horário marcado e a partida garantida. 

— Todo domingo a gente tem jogo, seja onde for. Nos encontramos na casa do Lako e, de lá, partimos. Hoje, só jogamos amistosos, eventualmente algum campeonato — explica o presidente.

A diversidade de ofícios, gerações e personalidades é a marca do grupo de amigos que não vê o fim dessa história se aproximar. O Vila tem atletas de 19 a 74 anos e uma longa trajetória pela frente. O instalador de gesso Fabiano Pacheco, 41 anos, diz que ali se estabeleceu uma família, fruto da persistência e amizade dos irmãos Oliveira.

— Eles têm muitas história para contar, precisaria de um dia inteiro para ouvir. Se não tem eles aqui, parece que não é o mesmo jogo de domingo — descreve.

— Aqui estão nossas grandes alegrias e amizades — completam Lilão e Lako.

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