Notícias



Cachoeirinha

Três meses sem remédio para Parkinson, em Cachoeirinha

Medicamento adquirido pela Solange por meio judicial está sem previsão de reposição do estoque

11/12/2019 - 11h38min


arquivo pessoal / arquivo pessoal
Solange deveria retirar o medicamento nos dias 28 de cada mês

Atividades comuns do dia a dia, como tomar banho, lavar a louça, vestir roupas e, até mesmo, caminhar se tornaram verdadeiros desafios para a dona de casa aposentada Solange Reus Vieira, 53 anos, moradora do Parque Brasília, em Cachoeirinha. 

 LEIA MAIS
Casal de Gravataí oficializa união que começou por causa do Corações Solitários
Vaquinha: morador de Porto Alegre precisa de uma prótese nova
Cratera é fechada após sete meses, na Capital

Diagnosticada com Doença de Parkinson – causada pela morte das células cerebrais responsáveis pela produção de dopamina, neurotransmissor que controla os movimentos do corpo – desde os 38 anos, Solange necessita tomar, todos os dias, quatro comprimidos do medicamento Stalevo, a fim de amenizar os sintomas de seu problema de saúde ( rigidez muscular, tremores, dor e perda da capacidade de movimento, entre outros). 

Porém, há três meses, o remédio está em falta na farmácia municipal de Cachoeirinha, onde, todo dia 28, a aposentada deveria retirar quatro caixas: – Só dizem que não tem nada em estoque e que não há previsão para chegar. 

Dificuldades 

Por via judicial, Solange adquiriu o direito de receber o medicamento – que não integra a lista de remédios fornecidos pelo SUS – na farmácia municipal de Cachoeirinha. Contudo, essa não é a primeira vez que enfrenta a falta do produto. 

Em 21 de julho de 2017 e em 22 de maio de 2018, o Diário Gaúcho mostrou o drama da aposentada, que, nas duas ocasiões, não recebia o remédio havia três meses. 

Agora, mais uma vez, ela precisa fazer malabarismos para não fi car sem a medicação – essencial para sua qualidade de vida. 

Vivendo apenas com um salário mínimo ( R$ 998), decorrente de aposentadoria por invalidez, Solange não tem condições de comprar as quatro caixas que necessita tomar mensalmente – cada caixa custa, em média, R$ 250, totalizando um gasto de R$ 1 mil ao mês. 

Para dar continuidade ao tratamento, a aposentada conta com a solidariedade de amigos e familiares, que ajudam a comprar o medicamento. 

– Me sinto com vergonha de pedir, mas não tenho escolha. 

Se passo um dia sem o remédio, não consigo andar, fi co toda dura. 

Estou apavorada, pois minha última caixa vai acabar e só arrecadei R$ 80 para comprar a próxima – desabafa Solange, que está aceitando doações para a compra da medicação. 

arquivo pessoal / arquivo pessoal
Remédio foi adquirido por meio judicial

Remédio é responsabilidade do Estado 

De acordo com a prefeitura de Cachoeirinha, a cidade é responsável apenas pela distribuição do medicamento, sendo a compra do produto feita pela Secretaria Estadual de Saúde ( SES). 

Segundo a assessoria de imprensa, o Estado não está enviando o Stalevo para Cachoeirinha, motivo pelo qual o remédio está indisponível na farmácia municipal. 

Questionada pela reportagem, na quinta- feira passada, sobre o motivo da falta do medicamento, bem como sobre a previsão de que a entrega seja regularizada e se o problema estaria afetando outros municípios além de Cachoeirinha, a Secretaria Estadual de Saúde ( SES) não prestou esclarecimentos. Na sexta- feira, a assessoria de imprensa informou que, “ por se tratar de demanda judicial, a Secretaria Estadual de Saúde ( SES) seguirá os trâmites legais”. 

Produção: Camila Bengo

Leia outras notícias da seção Seu Problema é Nosso   



MAIS SOBRE

Últimas Notícias