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Coluna da Maga

Magali Moraes: aceita uma Pastelina?

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

29/01/2020 - 08h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Pastelina tem sabor de infância, mas isso não está escrito na embalagem. Ali consta "salgadinhos folheados", e é mais do que suficiente. São 100g de crocância que provocam o Efeito Bis: é impossível comer um só. Nesse mundo onde a gente é bombardeada de novidades gastronômicas a todo instante, é reconfortante saber que a Pastelina permanece igualzinha como na nossa memória afetiva. Abrir um pacote é voltar no tempo e sentir a testa suada depois do recreio. Pastelina dá sede e dá saudade.

Imagine quantas maçãs enviadas de casa por mães zelosas ficaram esquecidas nas lancheiras por causa da Pastelina à venda no bar da escola? Ou de um coleguinha generoso que comprava e distribuía o salgadinho entre os amigos? Nenhuma fila enorme da cantina era capaz de nos impedir de comer essa delícia. E quando a época escolar é passado, e um colega do trabalho aparece na nossa frente comendo Pastelina? Fiz cara de fome até ganhar um pouquinho. E ganhei assunto pra coluna.

 Descoberta 

Sabia que a Pastelina é feita aqui em Porto Alegre? Desculpe o bairrismo, gente! Essa descoberta mexeu com o meu orgulho. A Pastelina deveria ser tombada como patrimônio histórico. Se os fabricantes estiverem me lendo, eu peço do fundo do coração: nunca mudem a embalagem. Aquele plástico transparente é uma grande sacada. Agora nada supera o personagem da gravatinha borboleta e cartola. Tem nome? É um homem festejando a gula! Ele fecha os olhos pra comer. 

Tomara que você já tenha devorado Pastelina alguma vez na vida, senão vai me chamar de doida. E nem precisa gostar. É só reconhecer seu valor emocional. Estamos falando de um salgadinho tradicional que já encantou muitas gerações. Que ninguém tenha a brilhante ideia de fazer Pastelina sabor ervas finas ou catupiry. O raio gourmetizador (aquele que frescurizou do hambúrguer ao brigadeiro) precisa continuar longe desse amado salgadinho. Pastelina é o lanche raiz que cresce com a gente.

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