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Região Metropolitana

Pelo menos quatro cidades enfrentam problemas na distribuição de anticoncepcionais injetáveis

Em alguns locais, medicamento não é oferecido nos postos desde outubro

21/01/2020 - 05h00min


Jéssica Britto
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Em outubro, Renata Aguiar, 26 anos, moradora do bairro Hípica, em Esteio,  conseguiu pela última vez o anticoncepcional injetável ao qual tem acesso pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Assim como ela, diversas mulheres em outras cidades da Região Metropolitana estão com a mesma dificuldade. 

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– Eu usava a injeção mensal, depois passei para a que é aplicada a cada três meses. A agente de saúde que vem na minha casa disse que eu deveria ir ao médico para pegar uma receita e conseguir o medicamento com desconto, mas, mesmo assim, sairia por R$ 25. A minha opção foi parar por completo – afirmou a desempregada.

Em Esteio, a prefeitura afirmou que o problema ocorreu em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), pois o Ministério da Saúde não havia encaminhado os insumos, mas a situação já estaria normalizada. Em outros municípios, porém, o problema persiste. 

Em São Leopoldo, a prefeitura recebeu na semana passada o medroxiprogesterona, anticoncepcional injetável com aplicação trimestral, e segue sem o Noregyna, de aplicação mensal, que não é fornecido desde outubro. Por falta, a prefeitura também não tem ofertado o DIU.

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Escassez

Em Sapucaia do Sul, a Secretaria Municipal de Saúde disse que o repasse dos anticoncepcionais injetáveis foi irregular em todo o ano passado e que a última remessa também chegou em outubro. Desta forma, o município conseguiu manter a distribuição entre as unidades até novembro, quando o estoque terminou. 

“A direção da Farmácia Municipal entrou em contato com o Estado diversas vezes, que forneceu justificativas relativas à logística, fornecedor e licitação. A Secretaria de Saúde orienta que a população, com a receita do medicamento fornecida pelas Unidades de Saúde, busque adquiri-lo por um custo reduzido, nas farmácias que dispõe do Programa Farmácia Popular”, informou, em nota.

Em Cachoeirinha, há poucas unidades dos contraceptivos injetáveis em alguns postos de saúde. Por isso, quando a paciente vai até um posto no qual o medicamento já acabou, é direcionada para unidade que ainda tenha o contraceptivo. Já em Gravataí,  o remédio para aplicação mensal segue em falta há quase três meses.

O SUS oferece diversos tipos de contraceptivos, entre os quais o Dispositivo Intrauterino de cobre (DIU de cobre), a camisinha masculina e feminina, e o anticoncepcional injetável ou em pílula. A injeção mensal ou trimestral é considerada mais eficiente do que o anticoncepcional em pílula porque a mulher não precisa lembrar de tomá-lo diariamente.

Reposição já foi entregue

Estes medicamentos são enviados pelo Ministério da Saúde de acordo com a solicitação da secretaria estadual responsável. E o Estado é quem recebe e faz a distribuição aos municípios de acordo com a necessidade. Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirmou que os contraceptivos foram entregues pelo Ministério da Saúde na semana passada e já estão sendo distribuídos às Coordenadorias Regionais de Saúde para entrega nos municípios. 

Já o Ministério da Saúde informou que, para o Rio Grande do Sul, está prevista a entrega, para este mês, de 75 mil ampolas de contraceptivo injetável trimestral (Acetato de Medroxiprogesterona 150mg/mL). Outras 34 mil ampolas devem ser entregues na segunda quinzena de fevereiro. 

Em relação ao contraceptivo injetável mensal, mais de 59 mil ampolas chegarão ao Estado no início do mês de fevereiro. Já com relação ao Dispositivo Intrauterino (DIU), a pasta enviou, no dia 8 de janeiro, 3,5 mil unidades e a próxima entrega está prevista para março, com a distribuição de 10,8 mil unidades.


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