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Seu Problema é Nosso

Após oito meses, beco de Viamão continua em condições precárias

Os problemas no beco de servidão que liga as ruas Duque de Caxias e Erico Verissimo são os principais desafios de quem cruza pelo acesso

21/02/2020 - 11h24min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Júlio mostra o esgoto que vaza

Para quem vive no bairro Tarumã, em Viamão, por vezes, o tempo parece não passar. Desde a última reportagem do DG sobre os problemas no beco de servidão que liga as ruas Duque de Caxias e Erico Verissimo, no calendário, passaram-se oito meses. Porém, pouca coisa mudou por ali: buracos, barro, falta de iluminação pública e um esgoto extravasado – que, em dias de chuva, mais parece uma cachoeira – ainda são os principais desafios de quem cruza pelo acesso. 

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— Já estava horrível e está ainda mais crítico. Com as chuvas, as crateras se abriram mais, e há canos expostos, com esgoto escorrendo dia e noite. Não houve qualquer ação da prefeitura e, agora, nem a poda é feita. O mato não para de crescer — conta o policial militar aposentado Júlio César Ouriques, 49 anos, morador da região. 

Promessas 

À época da última reportagem, a prefeitura prometeu que iria vistoriar o local e que, em alguns dias, os serviços referentes à iluminação pública seriam feitos. Contudo, não informou prazo para a resolução do problema na rede de esgoto nem para as questões relativas à pavimentação do trecho. De acordo com o metalúrgico João Carlos Machado, 53 anos, apenas a iluminação foi consertada. Mas o morador conta que, hoje, só um ponto está funcionando. 

Arquivo pessoal / Arquivo pessoal
Em dias de chuva, vira corredeira

Sem poder passar pelo acesso, devido às más condições, a vizinhança se vê obrigada a caminhar mais de um quilômetro para pegar o ônibus e acessar outros serviços importantes. Pelo beco de servidão, o trajeto seria de 100 metros. 

— Para passar, temos que colocar uma sacola plástica nos pés. Alguns vizinhos já caíram e se machucaram, outros já foram assaltados por conta da escuridão. Aí, temos que fazer uma baita volta, porque por ali não dá — conta João Carlos. 

Diante da falta de resolução, a vizinhança teme que, com a chegada do inverno, a situação piore. Depois de diversas tentativas de obter um retorno da prefeitura, os moradores já não sabem mais o que fazer para pôr fi m aos problemas do local. 

— Já fizemos protocolos, abaixo-assinado, contatamos vereadores, mas nunca ninguém tomou uma atitude. Parece que não sensibilizou a prefeitura. Mas, quem sabe agora, que é época de eleição, eles olhem pra nós — relata João Carlos, enquanto Júlio César mostra-se desacreditado: 

— Eu desisti, ainda mais depois do que ocorreu na prefeitura (refere-se ao afastamento do prefeito, quatro secretários e do procurador-geral do município, ambos por suspeita de corrupção). Meu IPTU está sempre em dia, mas não vejo nada de retorno. 

Ontem, local recebeu vistoria 

A prefeitura explica que foi feita uma vistoria, na manhã de ontem, pela equipe técnica da Secretaria de Planejamento, Urbanismo e Habitação. Foi constatado que dois moradores descartam seu esgoto residencial de forma irregular, diretamente no beco. Segundo a prefeitura, os donos dessas residências foram notificados, tendo 30 dias para regularizar a situação. 

Quanto aos problemas de pavimentação, a prefeitura afirma que, após a regularização da rede de esgoto, nova vistoria será realizada para programação das ações. Contudo, não foi informado prazo para os serviços. 

Questionada sobre o motivo de os problemas não terem sido resolvidos desde a publicação da última reportagem, a prefeitura não se manifestou. 

Produção: Camila Bengo

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