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Coluna da Maga

Magali Moraes e o fio de cabelo na roupa

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

05/02/2020 - 10h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Nada como ter amigas que lembram da gente lá do outro lado do oceano e mandam assunto pra coluna. A Paola é como eu, não pode ver um fio de cabelo solto na roupa de alguém que já quer tirar. Ainda mais que é inverno onde ela mora, e você sabe: preto é a cor oficial dos casacões pesados para o frio. Haja fio loiro pra tirar! Entendo tanto a Paola. Que agonia ver aquele cabelo que já não pertence mais a seu dono pendurado no tecido, pedindo uma mãozinha pra se libertar total. Será que é TOC?

Quanto maior o tamanho do fio, pior. É como se ele tivesse ventosas que grudam eternamente no tecido. Parece até que a roupa se apega e quer segurar um pouco mais aquele fio ali. Talvez com pena de que ele caia no chão ou voe com o vento. Pensando bem, pessoas com cabelo curto e médio também sofrem desse mal capilar e nos provocam com seus fios pendurados. Por acaso ninguém se olha no espelho de costas?! Isso quase sempre acontece na parte traseira do corpo. 

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Moedinha

Eu estaria milionária se tivesse ganho uma moedinha por cada fio de cabelo que já retirei gentilmente da roupa de alguém. Também não posso ver fio de linha em beiradas de golas ou soltando de botões. PRECISO tirar. Dos amigos, tudo bem (acho). O problema é querer fazer isso com desconhecidos na rua. Quando a Paola pensou nesse assunto, ela estava no ônibus indo pro trabalho em Lisboa. Desesperada pra tirar um fio de cabelo pendurado no casaco de uma mulher sentada no banco da frente. 

Pensa na notícia: "Brasileira sem noção ataca passageira no autocarro". A pessoa pode levar um susto, achar que é assalto ou não gostar da boa ação. Vamos combinar, o gesto pede uma certa intimidade. Essa gentileza pode virar uma invasão de privacidade. Tem outra coisa agoniante. Quando o fio solto de cabelo está no nosso corpo, e a gente não consegue achar. Um fio invisível mas presente, sabe assim? Sentimos ele coçando, mas cadê o infeliz? Ai. Peraí. Acho que senti um aqui.  



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