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Atividades suspensas

No dia da volta às aulas, escola estadual é arrombada na zona sul de Porto Alegre

Câmera de segurança flagrou homem saindo do local na manhã desta terça-feira. Biblioteca e banheiro feminino estão entre os espaços vandalizados

19/02/2020 - 09h50min


Tiago Boff
Tiago Boff
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Os 475 alunos de um colégio da zona sul de Porto Alegre terão de aguardar mais alguns dias para voltar à sala de aula. Com início do ano letivo marcado para esta terça-feira (18), as atividades da Escola Estadual de Ensino Fundamental Otávio Mangabeira, no bairro Camaquã, foram suspensas devido a uma invasão ocorrida por volta das 6h30min. 

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

Câmeras de segurança instaladas próximo a um prédio anexo flagraram um homem de camiseta, bermuda e chinelos de dedo saindo do depósito da instituição com caixas e sacolas. Vidros de algumas salas foram quebrados, e portas tiveram o marco de madeira arrancado.  

— As imagens mostram ele saindo às 6h26min, e eu cheguei às 6h37min. Por 10 minutos não encontro esse homem — afirma, assustada, a diretora Maria Élida Vesule da Silva, 54 anos.

No depósito invadido são guardadas roupas do brechó da instituição, doações e materiais de Natal ou para uso em festas temáticas da escola. A porta da biblioteca também foi quebrada, com livros revirados no chão. O banheiro feminino foi vandalizado, outro impeditivo para a retomada das atividades.

— Alguns alunos saíram chorando. A comunidade é muito presente e tem muito carinho aqui.

Na gestão desde 2018, Maria Élida relembra de ao menos 10 arrombamentos nos últimos dois anos no local. 

— A frustração é muito grande. Todas as nossas expectativas foram por água abaixo. A gente se prepara, ajeita tudo durante as férias e acontece isso — lamenta.

As câmeras de segurança foram instaladas na escola no ano passado, numa tentativa de inibir os frequentes furtos. O trabalho junto aos moradores, segundo a diretora, é “muito forte”. Já há, inclusive, pais que se ofereceram para ajudar no reparo do que foi danificado.

A enfermeira Fernanda Garcia, 36 anos, esteve no local para buscar um atestado para a filha. Ela e a mãe também foram formadas no colégio hoje vandalizado.

— É uma sensação de insegurança. Ridículo roubarem uma escola. O que tem de valor para levar? E o pouco que levam, atrapalha as crianças — disse.

Policiais do 1º Batalhão da Brigada Militar prestaram o primeiro atendimento, e a Polícia Civil chegou à instituição às 9h. As imagens das câmeras de segurança estão sendo analisadas para tentar identificar o invasor.

Durante a manhã, os 31 funcionários terão como atividade reorganizar os espaços invadidos pelo criminoso. Ainda não há definição de quando as aulas serão retomadas.


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