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Coluna da Maga

Magali Moraes e o chiclete grudado nos dedos

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

16/03/2020 - 09h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Toda vez que isso acontece, tenho vontade de escrever uma coluna sobre chiclete. Sou viciadinha em Mentos. Você sabe, sempre é bom ter à mão algo pra refrescar o hálito. Mas quando ele gruda nos dedos, bah! Que raiva. Eu juro que nunca mais vou comprar. No passado, era Ping Pong e Ploc. A gente chamava de chiclé. Colecionava as figurinhas que vinham dentro. Ria com a língua colorida artificialmente. Se engasgava. Queria fazer bolas perfeitas como mostravam nas propagandas.

Nunca dava certo, óbvio. E se grudasse nos cabelos? Na ponta do nariz, podia até ser divertido. Hoje em dia, nem pensar. Talvez os adultos sejam menos tolerantes ao grude. A ponta dos dedos é coisa séria, tem a digital e tal. Nos meus tempos de criança, grudar chiclé na mesa era normal. O politicamente correto nem tinha nascido. Agora me dá nos nervos a sensação de chiclete grudado. Vou botar fora e ele NUNCA cai direto no fundo do lixo. Faz questão de grudar no meio do caminho. Haja paciência.

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Mascando

O chiclete só me interessa por poucos segundos. Aquilo de ficar horas mascando uma borracha sem gosto deusmelivre. Já quero logo me livrar dele. Aparentemente, ele não quer se livrar de mim. Chiclete apegado? Ninguém merece. O que era pra ser jogo rápido _ abriu a lixeira e descartou o dito cujo _ vira uma eternidade. Um pedaço grudado no lixo, outro em mim. Puxa daqui, arranca dali, e sempre sobra algo onde não devia. Aquele fiapo sem forma, que um dia foi chiclete. 

Em casa, nem lembro que ele existe. A embalagem fica esquecida dentro da bolsa. Tem pasta e escova de dentes me esperando no banheiro. Mas na rua, na saída do restaurante, no sinal fechado, entre uma reunião e outra, depois de lanchar uma banana… Vem chiclé!! A tal da refrescância. Sou filha, neta, irmã e cunhada de dentistas. Entendeu a necessidade do hálito puro? O problema é que ele gruda nos dedos. E nunca mais desgruda. Quando acabar, não compro mais. Chega. Sério. Será?



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