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Coluna da Maga

Magali Moraes: redescobrindo o Centro Histórico

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

13/03/2020 - 09h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Há duas semanas voltei a me relacionar com essa parte da cidade que eu não convivia mais. Relacionamento é uma boa definição. Quando a gente vai e volta duas vezes ao dia pro mesmo lugar, as ruas são mais que trajetos. Elas se tornam nossas cúmplices. E vão se revelando pouco a pouco. Hoje percebo um novo detalhe que não tinha reparado ontem. Amanhã outra fachada de prédio vai chamar minha atenção. E assim vou mapeando as redondezas. Tentando não automatizar o meu olhar.

Só não posso me distrair demais: tem muita gente atravessando, carros circulando, vida pulsando. Por outro lado, tem momentos que fazem o tempo parar. Nos primeiros dias, cedinho de manhã, vi um carteiro dirigindo sua bike com carrinho, assobiando faceiro pela rua quase deserta. Ele tava inspirado ou era eu? No dia seguinte, enxerguei mais bikes e carteiros: Bingo! Sou vizinha dos Correios. Pelo tamanho, é um centro de distribuição. Imagina quantas cartas e histórias pra contar. 

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A Casa de Cultura Mario Quintana também é minha vizinha. A Praça da Matriz, o Gasômetro, a orla, os armazéns da Mauá. Logo ali estão o Margs e o Mercado Público. Será que daqui a meses nem vou mais enxergar tudo isso? Já sei onde tem banca de flores 24 horas, a la minuta gostosa, pão de queijo saindo do forno, farmácia, súper e quero conhecer um sebo de livros "enorme que tem de tudo". Falando nisso, já planejei ouvir em primeira mão o toque da sineta que abre a Feira do Livro em outubro.  

E o Guaíba, que me acena a cada subida de andar na garagem onde estaciono? Na saída, o sol me deseja bom descanso virado numa imensa bola de fogo. Não sei se dirijo ou paro pra tirar foto. Acho prazeroso subir a Duque e enxergar lá de cima o Viaduto da Borges. Me perdi até com GPS. Já aprendi alguns nomes de ruas e não preciso mais usar como referência a esquina das duas placas de "Aluga-se". Tenho muito pra descobrir no Centro Histórico. Mas sem pressa. Trabalhando e turistando.



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