Notícias



Piquetchê

"Quero abrir espaço para outras negras", diz Luana Fernandes, que homenageia Barbosa Lessa e Porto Alegre em canção

Cantora, que ficou conhecida no meio da MPB, lança, nesta quinta, a canção Pôr do Sol no Guaíba, que foi gravada em diversos cartões postais da Capital

23/03/2020 - 10h21min


José Augusto Barros
José Augusto Barros
Enviar E-mail

Tendo como cenário alguns dos mais belos cartões postais de Porto Alegre, como o Rio Guaíba, o barco Cisne Branco, a Casa de Cultura Mario Quintana, a Usina do Gasômetro e a Praça da Matriz, a cantora Luana Fernandes decidiu homenagear um dos maiores nomes da cultura gaúcha: o folclorista, escritor e músico Barbosa Lessa (1929 - 2002). 

Divulgação
Cisne Branco foi um dos cenários escolhidos por Luana

Luana, 28 anos, que mora na Capital desde os 18, ganhou destaque na MPB no cenário local e decidiu celebrar a obra do folclorista gravando a faixa Pôr do Sol no Guaíba, composição de Barbosa, tendo como pano de fundo os clássicos cenários da Capital citados no começo desta matéria. 

- O objetivo é homenagear os 258 anos da Capital (celebrados nesta quinta-feira) e lembrar os 18 anos da morte do Barbosa Lessa. Eu nasci em Camaquã (cidade onde Barbosa Lessa faleceu) e, na Casa do Poeta Camaquense, tive contato com ele. Meu pai (Catullo Fernandes) é poeta e me levava lá, eles eram amigos. Daí surgiu essa ideia e esse projeto, que é do meu pai, e eu realizei - comenta Luana.

Live na sacada

A faixa, que será lançada nesta quinta, no canal de Luana no YouTube, integra o projeto Um Canto de Saudade, que existe há cerca de dois anos. Nele, ela e outros artistas interpretam canções de Barbosa em locais conhecidos do tradicionalismo, como o 35 CTG, fundado pelo artista gaúcho, e em Piratini, cidade em que ele nasceu. 

Luana, que ficou conhecida em um gênero bem diferente do nativismo, comemora a entrada, aos poucos, no meio, conhecido por ser mais fechado a outros ritmos.

- Não sou cantora tradicionalista, meu viés é uma MPB mais contemporânea. Mas abrir esse leque é interessante, sou mulher, negra e esse viés da negritude na música nativista do Rio Grande do Sul é importante, temos que falar sobre isso. Essa oportunidade é um privilégio e me traz responsabilidade, de poder levar minha voz para esse meio e abrir espaço para outras mulheres negras - comemora Luana, que venceu, em 2019, o prêmio Vitor Mateus Teixeira, oferecido pela Assembleia Legislativa, como melhor cantora. 

Em função da pandemia de coronavírus, o lançamento e a divulgação da música serão feitos no YouTube da cantora e no seu Instagram

- Estou organizando uma live (show ao vivo pela internet), a ideia é que seja na sacada da minha casa - afirma a guria. 





MAIS SOBRE

Últimas Notícias