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Das 11 linhas de ônibus do transporte municipal de Alvorada, apenas quatro estão em operação

Empresa responsável diz que pandemia fez número de passageiros diminuir, mas usuários reclamam de longas esperas nos terminais. Problema também ocorre no transporte metropolitano

19/05/2020 - 05h01min

Atualizada em: 19/05/2020 - 05h01min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Marco Favero / Agencia RBS
Como a espera está mais longa, passageiros se acumulam nas paradas

Em Alvorada, mesmo que haja paciência para aguardar pelo ônibus na parada, em alguns casos, o coletivo simplesmente não aparece. A Viação Alvorada (VAL), que opera a malha pública municipal, reduziu em 63,6% as linhas que circulam pela cidade da Região Metropolitana. Dos 11 itinerários que operavam antes da pandemia de coronavírus, apenas quatro seguem atendendo a população alvoradense.

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Por mais que o isolamento social tenha diminuído drasticamente o número de passageiros nos ônibus, as cidades começam a retomar suas atividades, seguindo o plano de distanciamento controlado do governo estadual. O Estado foi dividido em 20 regiões, que semanalmente, são classificadas quanto à gravidade da situação na localidade. Alvorada está numa região de bandeira laranja, o que significa risco médio, permitindo que as atividades sociais e econômicas possam funcionar com menos restrições.

Quando se trata especificamente do transporte municipal, o governo estadual apenas ressalta que os veículos devem transportar até 60% da sua capacidade. Além, claro, de serem seguidas regras como uso de máscaras e distanciamento. Mesmo assim, a VAL não retomou o funcionamento de nenhuma linha desde o começo de março, quando iniciaram as medidas de isolamento. 

A retomada no número de passageiros já é vista em outras cidades e regiões, onde o sistema vem sendo revisto a cada dia. Tomando como exemplo a própria cidade de Alvorada, o diretor de transportes da Metroplan – que coordena o transporte metropolitano no Estado –, Francisco Hore, explica que os ônibus já operam com 66% de demanda, comparando ao que era antes da pandemia. Logo que o isolamento começou, esse índice chegou a cair para 28%.

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– Abril foi um mês onde começou a retomada, com pessoas saindo de novo. Seguimos assim, conforme vai retomando, a gente vai incrementando a frota – explica Francisco.

Demanda

Conforme a prefeitura de Alvorada, a VAL está operando com frota reduzida desde 29 de abril. A administração diz que acordou com a empresa a redução na oferta, deixando em operação apenas as linhas de maior demanda. Segundo a prefeitura, a empresa já vinha apresentando constantes relatórios que demonstravam queda no número de usuários. E a crise gerada pelo coronavírus acentuou esta situação. Não há previsão para que as linhas voltem a operar normalmente.

Tempo de espera

Os usuários relatam a luta para encontrar ônibus – e não só no transporte municipal. As linhas metropolitanas, operadas pela Soul, também são alvo de críticas. A cuidadora Gisele dos Santos, 49 anos, trabalha na Capital. Sua filha trabalha em Alvorada. Moradoras do bairro Sumaré, elas se separam ao sair para o trabalho. Em teoria, uma deveria pegar uma linha municipal e outra, uma metropolitana. Só que a filha de Gisele está tendo de usar carro de aplicativo. Já a mãe, torce para que o ônibus passe na hora e não esteja lotado:

– Na sexta, quando o metropolitano chegou, havia só mais seis lugares. Eu subi, mas ficaram 10 pessoas na parada. 

A vendedora Maria Griedeler Neukirchen, 19 anos, trabalha na Capital. Na saída, por volta das 19h, ela vai do bairro Auxiliadora até o Terminal Triângulo. De lá, pega o ônibus para Alvorada. 

Maria chega por volta das 20h no Triângulo, mas só chega em casa lá pelas 21h40min. Porém, já chegou a esperar por mais de uma hora e meia.

– Já é complicado andar sozinha à noite, agora, com menos gente na rua, eu me sinto mais insegura ainda – relata Maria.

A Soul informa que “segue trabalhando normalmente, com algumas reduções de horários”. 


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