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Coluna da Maga

Magali Moraes: alegria por três reais

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

18/05/2020 - 09h00min

Atualizada em: 18/05/2020 - 09h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Conhece o ditado que diz "a alegria está nas pequenas coisas"? Posso provar que é verdadeiro. Fui comprar um descascador de legumes em um paraíso chamado 1,99 e saí de lá com uma novidade pra arrasar na cozinha. Dois em um, sabe assim? De um lado, a lâmina pra descascar que eu precisava. Do outro, um boleador. Oi? É como se chama uma espécie de colherzinha. E serve pra fazer o quê? Cavar bolinhas. Bolear é dar a forma de bola, arredondar. Também é um verbo que nunca usei na vida. 

Nas fotos da embalagem, uma cenoura foi escolhida pra mostrar o descascador em ação. E o boleador aparece esburacando uma melancia. Quem vai transformar aquilo tudo em bolinhas?! A outra imagem era ainda mais surreal: muitas bolinhas de melão, manga, ameixa e (adivinha) melancia. A salada de frutas mais trabalhosa do universo! O que me intrigou foi um chuchu que colocaram ali do lado. É pra bolear algo sem gosto nenhum? Nem em formato redondo eu encaro chuchu.

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Traquitana

No máximo, vou fazer bolinhas de manteiga pra imitar café da manhã de hotel num domingo (se eu acordar inspirada). Tenho que escolher bem como vou inaugurar essa traquitana porque desconfio que minha alegria vai durar pouco. O boleador é de plástico. É certo que vai quebrar logo. Dei um Google e descobri que existe até de inox. Quer pagar quanto? Três reais é que não. Isso só pode ser efeito da quarentena. Muito tempo na cozinha, e eu já acho que preciso de inutilidades domésticas. 

Sorte que o outro efeito desse confinamento é o pão-durismo. Gastar apenas três pilas é uma alegria. Ando assim agora. Vou descascar minhas cenouras pra salada e bolo. Uma hora dessas faço bolinhas de melão. Uma ou duas pra testar. Por algum motivo, elas me lembram a infância. Já foi moda servir presunto com bolinhas de melão. Era um aperitivo fino em aniversário. Ainda se come isso hoje em dia? Só por trazer de volta essas memórias, o meu descascador-boleador foi uma pechincha.



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