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Seu Problema é Nosso

Sociedade espírita de Gravataí pede doações de leite e outros alimentos para seguir ajudando quem precisa

Há cerca de 20 anos, Sociedade Espírita Paz e Luz (Sepal) serve refeições a comunidades das Moradas do Vale

19/05/2020 - 18h07min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Voluntários entregam alimentos na Vila Tom Jobim

Sem atendimentos ao público devido ao distanciamento social, a Sociedade Espírita Paz e Luz (Sepal), em Gravataí, segue com atividades assistenciais a comunidades carentes e moradores de rua. As necessidades daqueles que não têm o suficiente não dão pausa – e até aumentam – durante a pandemia. Há cerca de 20 anos, a Sepal serve 200 refeições, pelo menos uma vez na semana, em duas comunidades das Moradas do Vale I e II. Para ampliar a ação, a instituição busca doações por meio de empresas produtoras de alimentos e de colaboradores. 

– Todos os sábados, a gente cozinha uma refeição de “sustância”, o arroz e feijão. São cerca de 70 quilos de alimentos utilizados. Tem dias em que todos são atendidos, mas, às vezes, falta. Nosso objetivo é oferecer uma comida digna, feita com amor e carinho – conta o colaborador Ricardo dos Santos, 57 anos. 

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Além do alimento preparado pelos voluntários, a entrega inclui caixas de leite como parte importante das refeições, em especial, para crianças e idosos. Recentemente, a Sepal passou a atender a comunidade indígena do Cantagalo, em Viamão, e, por isso, doações se tornaram mais importantes. 

Fundadora da Sepal, a professora Odiles da Silva Brito, 83 anos, atual presidente, é participante ativa das atividades da entidade, mesmo estando em isolamento social: 

– Acompanho tudo e estou à frente das doações. Recebo muitas delas na minha casa, com muito cuidado. Nos almoços, a base é o alimento sólido, mas também queremos servir aquela comida gostosa, uma polenta, um molho, bolinhos fritos. Para isso, precisamos de verduras, carne, óleo, outros ingredientes que, normalmente, não vêm nas doações. Além, é claro, de leite e gás. 

Atualmente, os almoços passaram a ser oferecidos também nas quartas-feiras. 

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Ricardo, antes do uso obrigatório de máscaras,. distribui as quentinhas

Banho

Além da comida, os moradores de rua, cuja maioria reconhece na Sepal um local de apoio, tinham a possibilidade de tomar banho e trocar de roupas, deixando as usadas para serem lavadas. Mas, no momento, tais serviços não estão sendo realizados devido ao pouco espaço da sede. A intenção é não formar aglomerações, conforme orientações para evitar a disseminação do coronavírus. Contudo, a marmita é garantida. 

– Ao meio-dia, a comida está pronta. Um grupo sempre busca na sede, e, o restante, nós levamos até as comunidades – conta o analista de segurança Antônio Marcos Pinheiro da Silva, 44 anos, colaborador que atua nos atendimentos mediúnicos. 

Segundo Ricardo, que fica à frente dos almoços nos sábados, a Sepal é uma referência para as pessoas que já conhecem as ações, para as quais muitas delas recorrem quando estão necessitadas: 

– Mais do que a comida, as pessoas buscam palavras de conforto e amor. É ser ouvido, é ter um ombro amigo. Mas, hoje, por causa da situação, há famílias que vão em busca de um pouco mais e, por isso, a gente tem feito campanhas de alimentos. Acredito que já distribuímos cerca de quatro toneladas em alimentos. 

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Dona Odiles em frente à sede

Roupas de lã fazem falta

Desde 1989, a Sepal atua com trabalhos que vão desde o atendimento e orientação espiritual até a distribuição de alimentos e roupas para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Uma dos focos da assistência é a produção de enxovais de bebê, com roupas doadas e reformadas. Dos itens recebidos, algumas peças são encaminhadas ao brechó e o valor obtido é convertido em alimentos. Mas, por causa da interrupção de diversas atividades, as doações não têm chegado com a mesma frequência. 

– As pessoas que costuravam conosco não podem vir até aqui. Continuamos recebendo roupas, mas não como era antes. Não tem chegado nada de lã para a montagem dos enxovais de bebês. Tudo que chega em roupas, lavamos, pois o inverno está aí e tem muitas pessoas precisando – afirma Odiles.

De acordo com Antônio, as comunidades têm como principal necessidade o alimento, mas existem outras formas de ajuda que podem contribuir com o trabalho da Sepal:

– Há muitas crianças e mulheres grávidas, e a doação de roupas, tecidos e cobertores faz toda diferença, pois muitas mães estão desamparadas nesse momento complicado. Tudo que entra é destinado a elas. 

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Preparo das marmitas

Projeto: erguer uma nova sede

Nos planos da instituição está a ampliação dos atendimentos na nova sede, que ainda está em construção. O endereço é perto da sede atual. Com maior espaço, a Sepal promoverá mais atividades de assistência.

– Na nova construção, em uma área maior, de cerca de 4 mil metros quadrados, queremos ter uma cozinha maior, com almoxarifado para guardar os alimentos e utensílios. No futuro, pretendemos disponibilizar oficinas, cursos, atividades de recuperação e apoio a famílias carentes. Além disso, uma creche comunitária e cursos de confeitaria e costura – explica Antônio. 

Por isso, a instituição também recebe colaboradores que queiram apoiar a obra, tanto na doação de valores quanto de materiais. 

Como ajudar

/// A Sepal aceita diversos tipos de doações: alimentos, leite, cestas básicas, produtos de higiene pessoal, roupas, tecidos, cobertas, toalhas de banho e calçados, entre outros. 

/// Para doar é possível fazer a entrega na sede da entidade, na Rua Aldrovando Leão, 593, Morada do Vale I, em Gravataí. 

/// Doações podem ser buscadas pelos voluntários em Gravataí ou nas cidades vizinhas.

/// Quem quiser doar valores deve entrar em contato pelo telefone (51) 3490-6013, com Odiles.

Produção: Caroline Tidra

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