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Atenção com os pequenos

Veja como usar máscaras em crianças corretamente

Recomendação de utilização se dá a partir dos dois anos de idade, mas há situações em que não é indicada

18/05/2020 - 17h49min


Liliane Pereira
Liliane Pereira
André Ávila / Agencia RBS
Jonas e Eric usam as máscaras com tecidos coloridos produzidas na fábrica da mãe

Fazer as crianças utilizarem máscaras é um desafio e tanto neste momento em que o item é tão importante para a saúde. Entretanto, é essencial ficar atento à idade recomendada para uso, e aos cuidados necessários para que essa experiência seja realmente uma prevenção ao coronavírus, e não uma maneira de facilitar o contágio ou de causar acidentes.

Conforme os especialistas ouvidos pela reportagem, a recomendação do uso de máscaras em crianças se dá a partir dos dois anos de idade. Mesmo assim, há situações em que a utilização não é indicada. 

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Segundo a infectologista pediátrica do Hospital Moinhos de Vento Fernanda Varela, a melhor maneira de evitar que uma criança seja contaminada pela covid-19 é manter o isolamento social e ensinar a ela sobre as regras de higiene, como lavar as mãos com água e sabão e usar álcool gel. O ideal é evitar levar a criança para atividades que exijam sair de casa, principalmente as que ainda não tenham a capacidade de compreender orientações de não beijar, não abraçar e não tocar nas superfícies.

Além disso, Fernanda ressalta a importância de explicar sobre bactérias e vírus de forma lúdica:

— Podemos dizer que são bichinhos que convivem conosco mesmo que a gente não os enxergue. Que alguns são bons e que outros podem fazer mal e, por isso, devemos lavar as mãos e usar máscara. 

Usar a imaginação também é uma sugestão do infectologista pediátrico e supervisor médico do controle de infecção e infectologia pediátrica da Santa Casa de Porto Alegre Fabrizio Motta. Ele acredita que essa é a melhor maneira de estimular o uso de máscaras. Também reforça a importância de manter as crianças em casa o máximo possível, de falar sobre a higiene das mãos, e de explicar por qual motivo não devemos beijar e abraçar as pessoas neste momento, além de não expor os pequenos a pessoas com suspeita ou confirmação de estarem doentes.

Na casa da Graciela Heemann Dietze e dos filhos Eric Dietze de Oliveira, seis anos, e Jonas Dietze de Oliveira, quatro, usar máscara não foi tão difícil. A mãe conta que conversa muito com os dois sobre o que está acontecendo e explicou sobre o vírus. No caso deles, a criatividade tem sido uma grande aliada. É que a mãe dos meninos é empresária e tem uma confecção de itens infantis. Desde março, um dos produtos que fabrica é justamente a máscara de proteção para crianças.

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— Eles são muito cuidadosos, principalmente por causa da avó, que tem uma lesão no pulmão em razão de uma pneumonia. As máscaras que eles usam são feitas na minha empresa, e isso possibilita que participem da escolha do tecido e das estampas. Tudo fica mais divertido — explica Graciela.

A empresária também se preocupa em ajudar. A cada máscara vendida, a empresa doa outra. Ela vede cada item a R$ 10 ou o kit com quatro por R$ 32.

Mas não é assim tão fácil com todas as crianças. Por isso, criamos uma lista de dicas com base nas informações dos médicos para ajudar você a saber como os pequenos devem usar máscaras.

Embora o uso do equipamento de proteção seja recomendado a partir dos dois anos de idade, ele não é indicado em alguns casos. Por isso, primeiramente, é importante descartar algumas situações: 

/// Quando, pelo uso da máscara, as crianças passem a levar a mão na face um maior número de vezes, pois isso aumenta o risco de contaminação

/// Quando a criança estiver com falta de ar ou congestão nasal, pois a máscara poderá gerar uma sensação de sufocamento

/// Quando a criança não aceita usar a peça ou não consegue retirar a máscara sem auxílio. Isso é importante para evitar acidentes

Como fazer a criança usar a máscara corretamente

A melhor forma de a criança se adaptar ao uso da máscara é fazer isso de forma lúdica, usando brincadeiras, sem forçar e sem brigar. Máscaras customizadas auxiliam muito para a aceitação:

/// O papel dos pais ou cuidadores é fundamental na hora de conversar e exemplificar o uso correto

/// Uma forma de fazer isso pode ser colocando a máscara no brinquedo preferido, como num ursinho ou num boneco

/// Outras maneiras de incentivar pode ser decorando e personalizando a peça, mostrando fotos de outras crianças usando, desenhando uma máscara no personagem favorito de um livro, ou, treinando com a criança em casa

Qual o modelo, o tecido e o tamanho apropriado para a criança

/// A máscara deve cobrir nariz e boca e ficar bem fixa ao rosto, evitando entrada de ar lateral

/// Em crianças, devemos dar preferência para as que são feitas sob medida

/// Ou, usar aquelas que podem ser amarradas, pois ajudam na hora de ajustar conforme o rosto da criança

/// Devem ser usadas máscaras preferencialmente com três camadas, feitas com tecido 100% algodão, ou TNT, podendo ter até 10% de elastano

Como usar máscaras de acetato

/// A máscara ideal para crianças é a feita de pano
/// Os modelos de acetato são recomendados para quem trabalha na área da saúde ou com o público
/// Mas, essa pode ser uma boa alternativa para as crianças que não toleram a máscara convencional. Elas também permitem atividades lúdicas, como, por exemplo, brincar de astronauta
/// Mesmo assim, os médicos ressaltam que, por ser aberta, essa não é uma proteção 100% segura

Félix Zucco / Agencia RBS
Cada item custa R$ 45 e leva de sete a 10 dias para ficar pronto

Onde encontrar

Com a pandemia, muitas pessoas têm fabricado máscaras para venda ou doação. Nas redes sociais, é bem fácil encontrar quem venda. No mapadasmascaras.com.br , costureiras e costureiros podem cadastrar seus produtos em uma espécie de classificados online, onde são detalhados o tipo de tecido empregado, estampa do acessório, localização e preço do item ofertado. No site, é possível encontrar modelos infantis de diversos tipos.  

As máscaras de acetato para crianças não são tão comuns. Mas, em Porto Alegre, a supervisora pedagógica Rita Porto resolveu reproduzir um modelo que tem sido bastante usado em crianças da China. Trata-se de um chapéu com uma aba protetora de acetato. Cada item custa R$ 45 e leva de sete a 10 dias para ficar pronto. As vendas são feitas pelo Facebook com serviço de telentrega.


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