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Lá em Casa

Cris Silva: "Aprendendo a comer"

Colunista escreve sobre maternidade e família todas as sextas-feiras

29/06/2020 - 11h21min

Atualizada em: 29/06/2020 - 11h25min


Agência RBS / Agência RBS

Ensinar uma criança a comer é, sem dúvida, uma das tarefas mais importantes da vida. É fundamental que ela experimente o maior número de alimentos possível, e isso requer paciência, disponibilidade e muita vontade dos pais ou responsáveis. 

Aqui em casa, o processo se iniciou um pouco antes do recomendado, quando Teteu tinha cinco meses. Começamos um frutinhas, depois os alimentos salgados e, hoje, Matheus tem dois anos e eu me sinto vitoriosa por ter passado por essa fase inicial de forma bem tranquila. Mas nem sempre é assim. 

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Apesar da carinha convidativa, nem todos os alimentos são adequados para as crianças

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Recebi algumas mensagens de leitoras, pedindo que eu abordasse aqui na coluna esse assunto. A Claudia me escreveu contando que a Manu, um ano, não come praticamente nada – só quer mamar. Já a Paula, mãe do Tiago, nove meses, diz que, assim que provou a comida, ele abandonou o peito. 

Enfim, é uma caixinha de surpresas como eles vão se comportar em cada etapa do desenvolvimento. Mas, se tivermos orientações e dicas de um especialista, tudo fica mais tranquilo. 

Conversei com a Cristiane Ferreira, nutricionista materno-infantil, sobre esse processo de introdução alimentar, além dos mitos e verdades desse período. 

Palavra da especialista 

A palavra chave na introdução alimentar é paciência. 

/// É importante saber que cada criança tem seu tempo. Na sua evolução para introdução de alimentos, não existe a exigência de que as crianças, ao final dos seis meses, já estejam comendo em quantidades suficientes para substituir o leite materno ou mamadeiras em determinados horários.  

/// A alimentação complementa o leite materno entre os seis meses e um ano, e não ao contrário. 

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Amamentação até os dois anos

/// Leite materno é recomendado até os dois anos de vida. Mas, após a introdução de alimentos, não é mais necessário livre demanda. Isso porque influencia na ingestão dos demais alimentos, pois sacia a fome.

/// Tocar na comida, pode? Brincar e tocar na comida é uma forma de os pequenos se aproximarem e se acostumarem com diferentes texturas, cheiros, temperaturas etc. Portanto, brincar e mexer nos alimentos faz parte do processo de introdução alimentar. 

/// A criança aprende a comer, nós ensinamos. Mas ela pode, sim, ter suas preferências 

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Tocar nos alimentos estimula interesse das crianças

/// Comer com os amiguinhos facilita que as crianças comam alimentos mais variados. Sim, isso pode ser verdade se a criança já tem em casa a variação de alimentos, a qualidade da refeição.  

/// Cuidado: alimentos com baixa qualidade nutricional (salgadinhos, biscoitos recheados, refrigerante) de um amiguinho ou coleguinha também chamam a atenção e influenciam na alimentação dos nossos filhos. 

Mitos (erros) 

/// Oferecer comida como calmante
/// Oferecer comida a todo momento
/// Oferecer grandes porções
/// Oferecer apenas alimentos preferidos
/// Distrair a criança para que ela coma mais
/// Fazer pressão para comer tudo o que tem no prato
/// As crianças precisam ter o mesmo ganho de peso mensal. Não, o desenvolvimento e crescimento depende muito de cada criança 

Verdades 

/// Auxiliar diretamente o bebê, atentando-se às pistas de fome e saciedade
/// Alimentar devagar e pacientemente, encorajando a comer – mas não forçando
/// Oferecer diferentes combinações, sabores e texturas
/// Minimizar as distrações durante as refeições
/// Lembrar que os momentos de alimentação são períodos de aprendizado e amor
/// Preferir oferecer frutas e não sucos 

Curiosidades 

* 1 pacote de bolacha recheada =
comer 8 cacetinhos (na quantidade de calorias e carboidratos)
* 2 litros de refrigerante =
210g de açúcar (ou 6 colheres de sopa)

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Tentações doces

Peróla

Minha filha estava rezando:
– Papai do céu, abençoe que o vírus vá embora logo pra gente ir na casa "duzoto". Amém.
Helena, dois anos 



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