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Coluna da Maga

Magali Moraes e as heranças da quarentena

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

03/06/2020 - 09h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Quem diria que junho seria mais um mês marcado por essa pandemia. Aos poucos, a vida volta ao normal só que não. Seguimos mascarados e com as orelhas entortando. Já cansamos de fazer pão, bolo e continuamos engordando. Estar em casa ainda é o esporte mais praticado. Cadê os reencontros e abraços? Os dias da semana permanecem parecidos. É só a luz que muda lá fora. O trabalho tão misturado com o lazer. A sala das reuniões? A mesma do jantar. Como tirar a pantufa e encarar um sapato?

O que reabriu talvez feche de novo. Vamos assim até o fim do mês? Quando a gente iria imaginar que mediriam nossa temperatura na entrada de lojas e supermercados? Quase não vejo mais pessoas contando os dias de isolamento. Não tossir ou espirrar é o que conta. Estamos há tanto tempo nessa rotina alterada que até as franjas que foram assassinadas ao longo da quarentena já cresceram. Quantos fios brancos brilham nas cabeças das mulheres que ainda não voltaram ao salão?

Trabalhosa

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Faz falta a tinta do cabelo, mas tem outra que ficou de herança dessa quarentena: a tinta da parede. E ela é tão trabalhosa de resolver quanto os quilos a mais. Em algum momento de março ou abril, eu concordei em comprar tinta pra retocar umas manchas aqui e ali. Daí constatei que algumas coisas nunca vão mudar, com ou sem coronavírus. 1) Meu pessoal é proativo e gosta de inventar. 2) A cor de uma tinta nova jamais vai ficar igual à que já foi pintada um dia. 

Mesmo iguais, elas são diferentes. Anos depois, um retoque é impossível de ser discretinho. A passagem do tempo não respeita a fórmula original dos pigmentos. A tinta velha faz questão de não se misturar. É como se ela dissesse "Eu vivi muita coisa, me respeitem!". Descobrimos que dá pra errar até com tinta branca. O estrago tá feito no teto e na parede. Talvez você também tenha aprontado alguma dessas na sua casa. Acontece! Dá-se um jeito. O importante é a gente chegar com saúde ao final de junho.



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