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Em meio à pandemia

Prefeitura decide fechar posto de saúde da Vila Tronco, na zona sul de Porto Alegre

Data ainda não foi definida e, por enquanto, unidade segue aberta e atendendo

09/06/2020 - 21h57min


Bibiana Dihl
Bibiana Dihl
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Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Prefeitura alega que local não tem estrutura adequada, mas funcionários contestam

A prefeitura de Porto Alegre decidiu fechar, nos próximos dias, o posto de saúde localizado na Vila Tronco, na zona sul. A data ainda não foi definida e, por enquanto, o local está aberto, atendendo normalmente. 

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o motivo é que a unidade tem estrutura ruim e não consegue fazer todos os procedimentos necessários, justificativa contestada pelos funcionários da unidade. Isso faz, segundo a SMS, com que pacientes tenham de ser encaminhados para outros locais para fazer determinados procedimentos. 

O objetivo da prefeitura é fazer com que os pacientes procurem atendimento em unidades mais completas. A opção é o posto Moab Caldas (antigo Vila dos Comerciários), localizado a menos de a um quilômetro – a unidade fica junto ao Pronto-Atendimento da Cruzeiro, o postão. O local, conforme a SMS, tem melhor estrutura e atende em horário estendido, entre 7h e 19h. 

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Nesta quarta-feira (10), a prefeitura vai comunicar oficialmente lideranças comunitárias sobre o fechamento do posto da Vila Tronco. Depois disso, será definida a data da interrupção do serviço, e mais detalhes sobre o assunto serão divulgados. Os funcionários que trabalham na unidade serão transferidos para outros locais.

Funcionários contestam 

Trabalhadores da área da saúde que atuam no posto criticam a decisão da prefeitura. Duas técnicas da enfermagem ouvidas por GaúchaZH, que preferiram não se identificar, questionam o motivo para o fechamento de um local de saúde em meio a uma pandemia.

— Não é o momento de fechar. Estamos vivendo uma pandemia. É o momento de manter e até de ampliar. O prédio é antigo, mas tem condições de atender e tem até especialista. Concordo que a estrutura pode ser melhorada, mas não precisa ser fechada — lamentou uma das profissionais.

As duas lembraram a vulnerabilidade da comunidade e os conflitos entre moradores de diferentes territórios, o que faz com que muitos não queiram acessar outras unidades de saúde. 

— Por questões de segurança, muitos não podem se deslocar para outros locais, para outros territórios. Nesta semana, fui agendar uma consulta com ginecologista para uma paciente e ela disse que não poderia ir até o postão da Cruzeiro. Como ela fica? Além disso, temos todo um trabalho da prevenção para outras doenças que não só a covid-19, como dengue e sarampo. Mas parece que nosso trabalho não tem valor. 


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