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Coluna da Maga

Magali Moraes e a corrente enosada

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

31/07/2020 - 09h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS

O que é pior: tirar nó de cabelo comprido ou de corrente longa? Ainda não inventaram condicionador pra bijus. Ah se fosse só um nozinho. Como pode uma corrente enosar tanto?! Volta e meia, eu lembro dela e quero usar. Aí me encho de esperança e tento de novo. Mas aquele emaranhado de minúsculos elos testa a minha paciência. Não consigo achar o começo e muito menos o fim. Pra acrescentar um grau de dificuldade, ela é uma corrente de duas voltas. Em cada volta, tem um pingente.

Tadinhos. Eles já devem estar sem oxigênio lá dentro. Acho que nem a Nossa Senhora Desatadora dos Nós ajuda nesse caso. Até porque ela deve estar bem mais ocupada desatando os nós da humanidade, que vive se enrolando em dificuldades. Como boa brasileira, eu não desisto. E apelo pra agulhas, a ponta da tesourinha de unha ou uma pinça. Quem já tentou tirar os nós de uma corrente em estado crítico sabe bem: parecemos cirurgiões manejando instrumentos pra salvar uma vida.

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Joia

Não é fácil desobstruir o local. Saudade de fazer os dedos percorrerem livremente toda a extensão do fio. Pode ser uma joia ou bijuteria, dourada ou prateada. Um dia ela vai enosar e te deixar na mão. Especialmente se não foi guardada direito. Esse é o ponto! Uma corrente jogada às pressas dentro da caixinha vai devolver em dobro o descaso. Vale explicar que você estava com pressa ou muito cansada? Correntes não entendem esses momentos da vida. Nasceram pra enfeitar e passear.

Quando o enosamento acontece numa corrente cheia de significado, dói mais ainda na gente. Aí tem que insistir ou buscar uma nova saída. Reuni o ferramental e pedi ajuda pro marido. Ele é engenheiro, tem jeito com quebra-cabeças e, na infância, montava cubo mágico em menos de um minuto. Óbvio que o Ricardo aceitou o desafio, achando que resolveria rapidinho. Puxa daqui, futrica dali. Três dias depois, me devolveu o emaranhado. É uma corrente tão bonita. Lá vou eu tentar mais uma vez.



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