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Combate ao coronavírus

Porto Alegre, Gravataí e Canoas abrem novos leitos de UTI e dão fôlego ao sistema de saúde

Somadas, instituições contam com 37 novas vagas para pacientes com covid-19

29/07/2020 - 22h32min


Bibiana Dihl
Bibiana Dihl
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André Ávila / Agencia RBS
Hospital Santa Casa abriu 17 novos leitos para pacientes com covid-19

Enquanto o contágio por coronavírus segue alto no Rio Grande do Sul, hospitais e prefeituras seguem buscando alternativas para ampliar o atendimento. Três hospitais estão abrindo 37 novos leitos de UTI pelo SUS em municípios da Região Metropolitana, o que dá fôlego ao sistema de saúde das cidades, já sobrecarregados. 

Segundo levantamento de GaúchaZH, há novas vagas sendo abertas nesta quarta-feira (29) em Porto Alegre, em Gravataí e em Canoas (confira, abaixo, a situação de cada uma)

A plataforma da Secretaria Estadual de Saúde aponta que, até as 11h, a macrorregião Metropolitana tinha 82,1% dos leitos de UTI ocupados. Das 1.244 vagas, 1.021 estão abrigando pacientes — sendo 402 deles com confirmação de covid-19.

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Porto Alegre

No final da tarde desta quarta, a Santa Casa vai atingir 90 leitos de UTI exclusivos para covid-19 — parte deles abertos desde a última semana. Mais 17 vagas serão disponibilizadas no quinto andar do pavilhão Cristo Redentor, localizado no Hospital Santa Clara. 

Somente este hospital vai atingir 62 leitos de terapia intensiva para pacientes com diagnóstico ou suspeita de coronavírus, divididos entre a UTI Central e o quarto e quinto andares do pavilhão Cristo Redentor. Já o pavilhão Pereira Filho abriga outros 28 leitos de UTI.

No início da pandemia, o complexo hospitalar da Santa Casa estava voltado a pacientes com outras doenças, já que a referência para casos de coronavírus havia ficado com outras instituições. No entanto, devido ao avanço do vírus e ao aumento da demanda pelo sistema de saúde em Porto Alegre, o hospital passou a colocar em prática o plano de ação já esquematizado:

— Independentemente disso, já havíamos deixado um pavilhão pronto, porque sabíamos que, em algum momento, a doença iria avançar. Montamos o projeto de ampliação do número de leitos para covid-19 e passamos para o Santa Clara. Julgamos que este era o momento de dar o retorno à população — diz o diretor médico da Santa Casa, Antonio Nocchi Kalil.

Conforme o diretor, os leitos a mais serão importantes para a estabilização da doença na cidade:

— São pacientes que ficam muito tempo na UTI, três ou quatro semanas, e outras pessoas vão chegando e precisam de leitos. Nós notamos que a demanda estava enorme, e vimos que precisaríamos fazer algo para ajudar a cidade.

Gravataí

Às 11h desta quarta, 10 novos leitos de UTI entraram em funcionamento no Hospital Dom João Becker, único da cidade de Gravataí. O local já contava com 10 vagas para outras doenças, e os pacientes passarão a ocupar os novos espaços. Assim, a antiga área será dedicada exclusivamente para atendimento de casos de coronavírus:

— Tem uma questão de sinergia e de circulação no hospital que precisa ser otimizada. A mudança nos leitos é feita para que profissionais que trabalham na área infectada não circulem por todo o hospital. Na prática, ficaremos, dentro do hospital, com 20 leitos: 10 para covid e outros 10 para não-covid — explica o secretário municipal de Saúde, Jean Torman.

A cidade conta ainda com um hospital de campanha, onde estão instalados outros 10 leitos de suporte ventilatório. Eles possuem os mesmos equipamentos de uma UTI, mas não são classificados como tal. O local tem ficado frequentemente superlotado:

— Esses novos leitos dão um fôlego excelente, porque precisamos de espaço para atender as pessoas. 

Além de Gravataí, a cidade é referência para os pacientes de Glorinha no atendimento à covid-19.

Canoas

O Hospital Nossa Senhora das Graças teve um aumento de 20 para 30 do número de leitos de UTI pelo SUS. A mudança, feita nesta terça-feira (28), foi possível porque leitos privados foram transformados em públicos.

Segundo a prefeitura de Canoas e o hospital, as vagas mediante convênio tinham demanda muito inferior à do SUS, de forma que a cidade optou por disponibilizá-los a toda a população. Agora, são 30 leitos de terapia intensiva públicos, sendo 10 exclusivos para covid-19. 

Outros oito privados não estão mais disponíveis — em vez disso, foram colocados para atendimento quatro leitos semi-intensivos, usados para a retaguarda de pacientes com convênio. 

— Nós tínhamos 57 leitos antes da pandemia, e agora estamos com 104. Conseguimos aumentar muito, mas a transmissão está muito alta. A partir de agora, não temos como ampliar mais — alerta o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter. 

A cidade conta ainda com outras duas instituições, além de dois hospitais de campanha. 


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