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Pesquisa mensal

Tomate, óleo de soja e arroz são os vilões da cesta básica da Capital em agosto

O valor do conjunto de 13 produtos básicos ficou em R$ 528,61

10/09/2020 - 05h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Marcelo Casagrande / Agencia RBS

A cesta básica subiu 3,4% no mês de agosto, ante o mês anterior, conforme o levantamento mensal publicado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com o acréscimo, o valor da cesta – considerada pelo órgão como o conjunto de 13 alimentos básicos, necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês – chegou aos R$ 528,61. No acumulado do ano, são 4,41% de aumento. 

Entre os 13 itens considerados para a pesquisa, na Capital, oito tiveram aumento de preço, enquanto cinco reduziram de valor na comparação entre julho e agosto. Entre os alimentos que apresentaram alta, três chamam atenção: tomate, óleo de soja e arroz. 

O tomate, como é comum nos alimentos in natura, varia bastante de preço de acordo com seu período de safra ou qualidade da produção, que é muito afetada pelo clima. O Diário Gaúcho mostrou que em maio, por exemplo, o tomate havia desvalorizado mais de 20% no levantamento do Dieese. O preço variou nos meses seguintes, mas, na cesta básica do mês passado, ainda apresentava queda 6,24%. 

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Então, é uma variação que assusta, mas com a qual o consumidor vai se acostumando. Ainda assim, na pesquisa deste mês, o tomate foi o campeão, com alta de 21,33%.

– A oferta menor do tomate é em razão de temperaturas mais baixas no último mês, o que eleva o tempo de maturação – explica Daniela Sandi, economista do Dieese.

Em segundo lugar, ficou o óleo de soja. O aumento no produto foi o segundo maior entre os produtos pesquisados, mas a diferença para o tomate é pequena – 0,33%. Entre julho e agosto, o óleo saltou 21,15%. Quem frequenta os supermercados já sente a mudança. 

Mas qual a razão da alta no preço do produto originado da soja? Justamente a demanda pela semente. 

Mercado externo

Conforme a economista do Dieese, a forte demanda externa, principalmente, vinda do mercado chinês, ainda aliada à procura interna, afetaram o preço. E esse aumento das exportações trouxe impacto nos preços domésticos, como explica Daniela.

– Vale lembrar que a soja é um dos principais itens da pauta exportadora. No primeiro semestre houve recorde no volume embarcado. Ao mesmo tempo, seguimos com a demanda interna firme por produtos alimentícios. Isso porque a pandemia gerou mudança de hábitos, com maior tempo em casa, aumentando as refeições e o consumo de itens essenciais – relaciona a economista.

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O aumento do consumo das famílias, com mais gente em casa e a renda do auxílio emergencial sendo direcionada, principalmente, para a alimentação, explicam um pouco o aumento dos dois itens. 

Terceiro lugar vai para o arroz

No caso do arroz, que subiu 17,91% – e ficou em terceiro lugar na lista dos aumentos –, a entressafra e a necessidade importar o produto para abastecer o mercado ainda podem gerar mais alta neste mês, como o DG mostrou em matéria específica sobre a alta do grão, que já é encontrado em prateleiras da Capital por mais de R$ 19 o pacote de cinco quilos. 

E no preço de produção, a saca de 50 quilos ultrapassou os R$ 100 nesta semana, preço nunca antes registrado na série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP).

A cesta básica de R$ 528,61 deixou Porto Alegre em quarto lugar entre as 17 capitais que compõe o ranking do Dieese, atrás apenas de Rio de Janeiro, Florianópolis e São Paulo, que tem a cesta básica mais cara do Brasil, custando R$ 539,95.

Confira quanto variou cada produto:

Tomate 21,33%
Óleo de soja 21,15%
Arroz 17,91%
Banana 9,76%
Feijão 5%
Leite 4,77%
Manteiga 3,21%
Pão 3,05%
Café -0,1%
Carne -0,55%
Farinha de trigo -1,35%
Açúcar -1,89%
Batata -9,86%




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