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Expectativa e trabalho

Compra de caminhão, câmaras de frio e seringas: como o RS se prepara para receber vacina contra covid-19

Secretária da Saúde disse estar confiante confiante sobre a capacidade do Estado para uma futura imunização

10/12/2020 - 09h03min


Vitor Rosa
Vitor Rosa
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NATALIA KOLESNIKOVA / AFP

A possibilidade de aprovação e distribuição nos próximos meses de uma vacina contra a covid-19 já mobiliza a Secretaria da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul. A secretária Arita Bergmann, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, confirmou que a pasta fez investimentos em estrutura para a conservação e distribuição de vacinas, e deve finalizar nos próximos dias um Plano Estadual de Imunização. 

Segundo Arita, o Estado já adquiriu 350 câmaras de conservação de vacinas — número superior ao previsto inicialmente, já que o Estado afirma ter encontrado preços mais acessíveis do que o cotado. Um dos motivos para esse investimento é a previsão de ter que manter mais de uma campanha de vacinação além da covid, como a da influenza (gripe). 

Dessas câmaras, 308 estão sendo distribuídas em municípios com menos de 100 mil habitantes. Esses equipamentos têm capacidade de 200 litros, podendo armazenar cerca de 20 mil doses de vacina, de acordo com estimativa da chefe da divisão de epidemiologia do Centro Estadual de Vigilância, Tani Ranieri. Outras 42 câmaras — de 500 litros e com espaço para 50 mil doses — serão destinas às 18 regionais da secretaria da Saúde na Região Metropolitana e Interior. 

O governo gaúcho também abriu uma licitação para a compra de mais um caminhão baú refrigerado para a distribuição de vacinas, que, conforme Arita, deve estar disponível já no primeiro trimestre de 2021. 

Além dessas medidas, o Estado também iniciou procedimento de compra de 10 milhões de seringas para serem utilizadas na aplicação da futura vacina contra a covid. Atualmente, há pouco mais de 4,2 milhões em estoque. 

Arita se diz confiante sobre a capacidade da rede de saúde do Estado para uma futura imunização: 

— O Rio Grande do Sul tem tradição em vacinas — diz, acrescentando:

— Com certeza, além de o Estado estar se preparando com toda a organização não só para oferecer e distribuir, também está nesse sentido para que a vacina chegue em cada um dos cantos do Rio Grande do Sul.

Maior desafio será vacinar grupos prioritários

Arita afirmou que "está confiante" de que o governo federal vai fazer as aquisições para abastecer todos os Estados brasileiros, mas também lembrou que o RS demonstrou interesse em doses da CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo.  

Sobre a possibilidade de armazenamento da vacina da Pfizer, já que o ministério diz estar em tratativas avançadas com a empresa, a responsável pela secretaria reconheceu que hoje seria possível apenas a aplicação na Capital e regiões com grande concentração populacional, devido à necessidade de refrigeração abaixo de 70ºC negativos, mas não falou sobre cidades menores e afastadas. 

Arita também disse que plano de vacinação do Estado começará por profissionais de saúde e idosos moradores de asilos, já que os surtos em instituições do tipo "aumentaram bastante e preocupam". A secretária projeta ainda que a maior dificuldade será a organização da vacinação dos grupos prioritários.

— Eu acho que a maior dificuldade que teremos será organizar a demanda conforme os grupos prioritários, que são os grupos de risco. O que nós estamos prevendo é que vai haver uma corrida da população às unidades de saúde. Mas nós vamos trabalhar, e já amanhã temos evento de acolhimento dos prefeitos para mostrar que a nova prioridade dos governos municipais deve ser estruturar salas de vacinas, preparar equipes e esclarecer e comunicar à população que teremos que respeitar as prioridades conforme o calendário do Ministério (da Saúde) — adiantou. 

Enquanto a vacina não vem, e o Estado se prepara, a secretária reconheceu que houve aumento na ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e pediu cautela à população, "porque a situação é dramática":

— Precisamos evitar aglomerações e contato físico, além de fazer uso dos cuidados obrigatórios (como máscara e higienização das mãos).

Ouça a entrevista na íntegra:



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