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Cuidados com a saúde

Festas de fim de ano: entenda os riscos e veja dicas para organizar as comemorações com mais segurança

Não é hora de se aglomerar, alertam especialistas da área de saúde consultados para esta reportagem

22/12/2020 - 12h47min


Larissa Roso
Larissa Roso
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Eric Raupp / Especial
Veja as dicas para minimizar os riscos

Com a proximidade das datas festivas do final do ano, aumenta a preocupação de especialistas quanto às maneiras como a população realizará os tradicionais encontros familiares. Após nove meses de restrições, autoridades sanitárias pedem mais um esforço: não é hora de se aglomerar para curar a saudade imposta pelo distanciamento.

A celebração ideal, para minimizar os riscos de transmissão do coronavírus, deve ser feita entre os moradores de um mesmo domicílio, já habituados ao convívio diário. Para incluir mais gente, deve-se contar, uma vez mais, com a tecnologia, reforçam os especialistas.

— Caso a família seja muito grande, se faz uma reunião online — orienta a infectologista Vanessa Schultz, do Controle de Infecção do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre.

Idosos e demais integrantes de grupos de risco, como doentes crônicos (cardíacos, diabéticos, hipertensos etc.), não podem se expor ao contato com quem não encontram presencialmente há muito tempo.

— Se as pessoas conseguirem fazer esse esforço a mais, melhor. Se não conseguirem, que não tenham contato físico e usem máscara durante todo o encontro, tentando manter o distanciamento e não se alimentando ao mesmo tempo à mesa — adverte Vanessa.

Infectologista do Hospital Moinhos de Vento, Paulo Gewehr ressalta que hábitos individuais e coletivos determinarão o menor ou o maior grau de risco das confraternizações de Natal e Ano-Novo. Além da tríade habitual do uso de máscara, higienização com álcool gel e distanciamento, fatores como local da festa, número de convidados, duração e disposição dos participantes às mesas para a refeição são cruciais para definir o nível de exposição a que as pessoas estarão submetidas.

O médico reconhece que a proposta dos especialistas não é de fácil aceitação pelo público em geral e salienta a importância futura das restrições a serem respeitadas agora.

— É desconfortável ficar afastado. É difícil para todos, não é fácil para ninguém. Sentimos saudade, mas se sentimos saudade é porque aquela coisa é boa. Se estamos fazendo isso, é para manter pessoas vivas, para que, logo em seguida, possamos celebrar por muitos e muitos anos — incentiva Gewehr.

Órgão do governo federal, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou nesta semana uma cartilha com orientações para as festividades de fim de ano — a íntegra está ao final deste texto. O conteúdo reforça os cuidados que se deve ter para evitar a transmissão do coronavírus. Antes, confira o que os especialistas da área médica orientam para que as festas tenham menor risco e os alertas para as situações de maior risco.

Especialistas dão dicas para organizar as comemorações de Natal e Ano-Novo

A distância

  • Mandar os presentes do amigo secreto ou compartilhar pratos da ceia por telentegra é uma ótima maneira de integrar, na medida do possível, quem não puder se reunir com familiares e amigos.
  • Não economize nas videochamadas.

Lista de convidados

  • É difícil definir o que é uma aglomeração. Pense da seguinte maneira: um ambiente menor, em comparação a um maior, precisa de menos convidados para que eles fiquem mais próximos uns dos outros.
  • O distanciamento recomendado entre as pessoas é de dois metros. Lembre-se, no entanto, de que ninguém fica estático. As pessoas se movimentam, e essa distância se altera a todo instante.

Escolha do local

  • Prefira ambientes ao ar livre, como pátios e jardins, ou locais internos com boa circulação de ar.
  • Se a reunião for dentro de casa, é preciso manter portas e janelas abertas (ventilação cruzada).
  • Não recorra ao uso do ar-condicionado.
  • Posicione ventiladores perto das janelas, virados para fora. O aparelho vai puxar o ar potencialmente contaminado de dentro do cômodo e jogá-lo para o lado externo.

Preparativos

  • O ideal é distribuir as pessoas em diferentes mesas. Núcleos familiares próximos sentam juntos.
  • No banheiro, retire as toalhas de rosto de pano, substituindo-as por toalhas de papel.
  • O sabonete, preferencialmente, deve ser líquido, e não em barra.

Antes da festa

  • Pessoas com sintomas suspeitos de infecção por coronavírus devem se colocar em autoisolamento e buscar avaliação médico e testagem.
  • Se você teve contato com alguém que recebeu diagnóstico positivo de covid-19 ou está com suspeita da doença, cumpra quarentena de 14 dias. Caso queira, pode se submeter a um teste.
  • A logística do autoisolamento é complicada, mas precisa ser cumprida à risca. Você não deve ter contato com ninguém.
  • Caso tenha uma festa em vista, preserve-se. Não descuide da proteção nos dias anteriores. Lembre-se de que você poderá estar, em breve, colocando outras pessoas em risco também.
  • Para aqueles que pretendem viajar para encontrar parentes, recomenda-se respeitar também uma quarentena de duas semanas. O deslocamento deve ser em automóvel próprio.
  • Abasteça-se com máscaras extras para providenciar as trocas quando estiverem úmidas ou sujas.

Durante a festa

  • Se for o anfitrião, tome para si o papel de “coordenador” e relembre os visitantes, de tempos em tempos, sobre os cuidados que precisam ser seguidos por todos.
  • Prefira dispor os itens do cardápio em uma mesa única, estilo bufê. Todos devem higienizar as mãos com álcool antes de se servir.
  • Outra opção é designar uma, duas ou três pessoas para servirem as demais.
  • Estipule diferentes faixas de horário para a refeição, para que não fiquem todos comendo ao mesmo tempo.
  • Apesar das delícias que certamente estarão compondo o cardápio, as visitas não devem se alongar no momento da ceia, quando estarão sem máscara.
  • As superfícies mais tocadas, como maçanetas, a porta da geladeira ou o interfone, devem ser limpas com frequência. Utilize os produto mais adequados: álcool, água sanitária, água e sabão.
  • Lave as mãos antes e depois de tocar em objetos ou locais onde muitas pessoas também se encostam.
  • Não se aproxime dos outros para tirar fotos, mesmo quando estiver de máscara.
  • Na hora do brinde, os participantes erguem as taças em seus lugares, sem se aproximar para que os copos se toquem.



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