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Sem distanciamento

Mesmo sem procissão, dezenas de fiéis vão à Igreja Nossa Senhora de Navegantes homenagear a santa

Uma carreata começou logo depois da missa celebrada pelo arcebispo metropolitano dom Jaime Spengler; confira o trajeto

02/02/2021 - 21h09min


Bruna Vargas
Bruna Vargas

 Em formato adaptado ao distanciamento social, teve início às 10h30min desta terça-feira (2) a tradicional homenagem a Nossa Senhora de Navegantes. Neste ano, a procissão deu lugar a uma carreata que percorreu diferentes regiões de Porto Alegre.

A carreata começou depois de uma missa celebrada na Igreja Nossa Senhora de Navegantes pelo arcebispo metropolitano, dom Jaime Spengler. O evento, que teve início às 9h, foi transmitido pelo Facebook. Mesmo sem acesso à igreja, dezenas de fiéis foram ao local no horário marcado para a cerimônia.

Entre o fim da missa e o começo da carreta foram poucos minutos, o suficiente para acomodar a imagem no caminhão que a transportaria até a tarde desta terça-feira. O cortejo partiu às 10h40min, sob aplausos dos fiéis e buzinaço das dezenas de veículos que seguiram o comboio.

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O percurso com a imagem da santa foi dividido em cinco trechos, em diferentes regiões da Capital. O primeiro deles foi a Catedral Metropolitana, no Centro Histórico, onde o grupo chegou pouco depois das 11h. Além dos que acompanharam de carro, um grupo menor ignorou o calor de mais de 30ºC e seguiu de bicicleta _ também havia motociclistas. 

Apesar da mobilização, a homenagem foi bem mais tímida que em anos anteriores, quando dezenas de milhares de fiéis costumavam seguir a imagem a pé, por devoção ou como forma de pagar por bênçãos atendidas, geralmente munidos de flores e presentes. Nesta terça-feira, a reportagem contou apenas três carros enfeitados com balões brancos. Em alguns veículos, pessoas levavam flores para serem colocadas junto à imagem entre um trecho e outro. 

Com a cachorra Lilica no banco de trás do carro, Lênia Moraes, 50 anos, cumpriu o ritual que determinou para si 10 anos atrás, como forma de agradecimento. Deslocou-se de sua casa no bairro Petrópolis até a Igreja Nossa Senhora de Navegantes e acompanhou a imagem durante todo o trajeto. A motivação era nobre: pagar uma promessa feita para que realizasse o sonho de se tornar mãe. 

 – Engravidei aos 40 anos, sem riscos, e minha filha nasceu com saúde. Prometi que, enquanto tiver saúde, vou participar da homenagem  – disse. 

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Mas nem só pagadores de promessas encararam o calor para homenagear Nossa Senhora dos Navegantes. Condutor de um dos primeiros na fila de veículos junto ao santuário Santa Rita de Cássia, na Zona Sul, segunda parada da carreata, José Vanderlei Cachoeira, 54 anos, apenas cumpriu uma tradição familiar ao levar a filha Cíntia e o neto Wesley para participar do evento.

 – É coisa de família. Minha avó trouxe minha mãe, que me trouxe, e agora estou trazendo filha e meu neto – conta o morador do bairro Partenon. 

O formato diferente também mudou o jeito de a família acompanhar o percurso. Em vez de seguir atrás do comboio, José pegou atalhos para chegar mais perto do caminhão que carregava a imagem. Embora com público reduzido, acredita que a mudança permitiu que a homenagem fosse mais longe do que a procissão. 

 – Geralmente é uns sete quilômetros. Desta vez, está indo pela cidade toda – observa. 

Depois da parada no Santuário Santa Rita de Cássia, a carreata passou pelos santuários Nossa Senhora Aparecida, também na Zona Sul, e pelo Santuário Nossa Senhora Mãe de Deus, em Belém Velho. O cortejo foi encerrado no Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na Zona Norte.


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