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Hospital Centenário 

Profissionais da saúde do Vale do Sinos decoram UTI neonatal para levar alegria a família dos pacientes: "Acalenta o coração"

Instituição de São Leopoldo realiza em torno de 200 partos por mês 

31/03/2021 - 11h51min

Atualizada em: 31/03/2021 - 13h21min


Tiago Boff
Tiago Boff
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Laura Santos / Comunicação Hospital Centenário / Divulgação
Viviane e Edinilva transformaram a recepção da UTI neonatal do Hospital Centenário

Uma dupla de profissionais da saúde de São Leopoldo, no Vale do Sinos, alcança um feito improvável: elas arrancam sorrisos de mães e pais na chegada à UTI neonatal. De forma singela, as técnicas de enfermagem do Hospital Centenário mudaram a recepção da área de cuidados intensivos, espalhando enfeites decorativos que remetem às datas festivas.

— Fizemos isso porque acalenta o coração de quem está ali, angustiado — explica Edinilda Silveira, 50 anos, uma das idealizadoras.

Desde o início de março, um banner com uma bebê vestida de coelhinho foi pendurado na antessala dos leitos. Ovinhos de Páscoa e até um balcão que imita uma calda de chocolate foram confeccionados pelas técnicas.

Viviane Borges Vieira, 42 anos, acompanha os recém-nascidos diuturnamente. Junto com Edinilda, comemora cada percentual de evolução dos bebês.

— Um grama que ele ganha é um alívio. A gente comemora com a família — afirma a Viviane. 

A iniciativa surgiu em outubro de 2020, quando o local virou cor de rosa, pelo mês de alerta sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. O novembro roxo da prematuridade ganhou balões rentes ao teto, e o Natal também foi celebrado com um presépio. Tudo isso em um ano no qual a pandemia de coronavírus tornou mais distante o contato entre trabalhadores e visitantes, reforça a enfermeira Simone de Souza, vice-presidente operacional do hospital, gestora da equipe na época em que as ações se iniciaram.

— Incentiva também os colegas. Isso é fazer humanização. Elas fazem a diferença. Não precisa ser algo gigantesco. Um bom dia já muda a forma como a pessoa se sente — elogia a enfermeira-chefe.

Em torno de 60 pessoas trabalham na UTI, nas mais variadas funções que o setor demanda. Edinilda é técnica de enfermagem há 18 anos — 16 deles no Hospital Centenário. Tem em sua formação ainda o magistério, porém não atua como professora. A ideia de reduzir a aflição de quem não vê a hora de levar seu filho para casa surgiu pela experiência como docente, profissão que demanda muita criatividade. 

— Por que não diminuir a carga emocional deles com uma bela decoração? As famílias passam meses na recepção da UTI, o dia inteiro, preocupadas com seus filhos — diz Edinilda.

O auditor aposentado Ronésio Cascaes, 60 anos, demonstra orgulho pelo trabalho de Edinilda. Fotografa a esposa, a conduz no veículo da família para cima e para baixo e participa de suas invenções.

O marido de Viviane também coloca a mão na massa, garante a técnica. Enquanto aguardava para falar do trabalho ao vivo na Rádio Gaúcha, na manhã desta quarta-feira (31), ela presenciou a chegada de uma grávida que sofria de convulsões. 

De forma ágil, as equipes prepararam um leito, em caso de o parto ter de ser adiantado. A atitude preventiva leva em conta a fragilidade de alguns pacientes, e a decoração da UTI é pensada também para atenuar o momento dessas famílias.

— Os primeiros momentos de vida do recém-nascido também é aqui, logo após o parto, e os pais ficam mais felizes ao ver o trabalho que fizemos — reitera Viviane.

Laura Santos / Comunicação Hospital Centenário / Divulgação
Detalhe da decoração

Todos os meses, cerca de 200 partos ocorrem na instituição, gerida pela prefeitura de São Leopoldo. As imagens dessa reportagem foram feitas pela equipe de comunicação da instituição — por motivos sanitários e de segurança, a reportagem de GZH evitou acessar locais fechados. 

O Dia das Mães e a Semana da Enfermagem, datas celebradas em maio, estão na mira das profissionais. O orgulho de ter um trabalho ainda mais essencial, para quem passa pelo ambiente intenso, motiva as duas a seguirem inovando.

— O (Antonio Carlos) Macedo me deu uma ideia quando disse que nós somos anjos. Quem sabe penduramos umas asinhas... — brinca Edinilda, já iniciando sua próxima criação a partir do elogio do apresentador do programa Gaúcha Hoje.

Ouça a participação no programa da Rádio Gaúcha



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