Notícias



Na fila pela injeção

Entenda como é feita a distribuição de fichas para a vacinação contra a covid-19 nos postos de saúde de Porto Alegre

Secretaria Municipal da Saúde diz que é uma medida administrativa "corriqueira e necessária" para que o atendimento não ultrapasse o horário

20/04/2021 - 21h14min


Karine Dalla Valle
Karine Dalla Valle
Enviar E-mail
Mateus Bruxel / Agencia RBS
No posto de saúde Modelo, fichas são distribuídas enquanto as pessoas conseguirem sentar dentro da unidade

Diante da alta demanda da vacinação contra a covid-19, os postos de saúde de Porto Alegre estão distribuindo fichas para organizar a fila pela imunização. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), cada unidade tem autonomia para decidir se deve ou não utilizar as fichas e como a distribuição será feita, mas garantiu que não há irregularidades no processo. Pegar uma ficha para ser atendido no dia seguinte, por exemplo, é algo que a pasta diz não ocorrer.

No posto de saúde Moab Caldas, no bairro Santa Tereza, as fichas são distribuídas para organizar a ordem de chegada e, de acordo com o gerente da unidade, Roberto Bauer, não limitam a quantidade de pessoas que serão vacinadas no dia. Também é uma forma de a pessoa, com a ficha em mãos, não precisar ficar em pé na fila e se sentir à vontade para aguardar a injeção onde quiser, já que será chamada pelo número que constar no bilhete. 

— Quando se fala de saúde, e eu trabalho há anos na área da saúde de Porto Alegre, a pessoa pensa que a ficha vai limitar o acesso. Não é isso. O que é dado é um número para a pessoa saber a ordem dela na fila da vacina. A ficha não tem efeito restritivo ou de exclusão de pessoas. Não tem pessoa sendo mandada para casa porque não tem mais ficha para vacinar. Todo mundo que chegar para ser vacinado dentro do horário de vacinação, das 8h às 17h, será vacinado — diz Bauer.

Leia outras notícias do Diário Gaúcho

No posto de saúde Modelo, no bairro Santana, a ficha é dada quando a pessoa enfrentou a fila e conseguiu entrar na unidade. Um número é entregue para que ela possa aguardar sentada em uma das cadeiras disponíveis no saguão. 

— É mais confortável, elas podem ficar distraídas, e, na verdade, nem dá tempo, não demora tanto para chegar a sua vez — diz o médico Francisco Mazzuca, que também auxilia na organização da vacinação no Modelo. 

Se não houver lugar para sentar dentro do posto, as pessoas permanecem em fila do lado do fora, sem receber fichas. 

Na segunda-feira (19), quando houve "troca" de faixa etária e se iniciou a vacinação de pessoas com 61 anos, o posto de saúde IAPI, na Zona Norte, registrou longa fila no fim do dia, formada por mais de 150 pessoas. Um funcionário da unidade distribuía os bilhetes, e quem não recebeu não pôde ser imunizado. 

Leia também
Após queda, pandemia dá sinais de estabilização em nível elevado no RS
Paciente com covid-19 recebe alta após utilizar "bolha de respiração"; saiba como é o tratamento

O que pode acontecer, segundo a SMS, é a equipe de determinado posto de saúde avaliar que o número de pessoas na fila vai extrapolar a previsão de público para aquele dia. Atende-se ao máximo de pessoas dentro do horário de funcionamento das unidades, das 8h às 17h, sem fechar ao meio-dia. Se, por volta das 16h, houver gente suficiente para ser vacinada até o horário de fechamento, será distribuído um número equivalente de fichas. 

Conforme a SMS, as fichas são uma medida administrativa "corriqueira e necessária" para que o atendimento não vá além do horário previsto.

— A pessoa entra até as 17h. Quem entrou será vacinado. O que se faz é tentar controlar as doses para não sobrar. Estamos respeitando rigorosamente o horário — garante o médico do Modelo. 


MAIS SOBRE

Últimas Notícias