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Cadê a solução?

Alvorada e os buracos do bairro Jardim Algarve

O dilema dos moradores a respeito da condição precária do asfalto é antigo

29/05/2021 - 05h00min

Atualizada em: 29/05/2021 - 05h00min


Félix Zucco / Agencia RBS
Na Rua Santa Edwiges não há como desviar dos buracos

Não dá para desviar de todos os buracos no bairro Jardim Algarve, em Alvorada. Não ter prejuízos é o desafio dos motoristas, e o dilema dos moradores a respeito da condição precária do asfalto é antigo.

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Enquanto a reportagem transitava pelas ruas, o motorista de aplicativo Bruno Ferreira, 31 anos, dirigia na Rua Santa Edwiges em velocidade baixa, fazendo o que podia para não passar pelas crateras.

– Está terrível! Eu moro em Porto Alegre e venho com frequência trazer moradores do bairro. Entrar nas ruas daqui é um risco de ter estragos no amortecedor e na suspensão do carro e até ter um pneu furado – comenta o motorista.

Félix Zucco / Agencia RBS
Na Rua Santa Edwiges, o motorista Bruno Ferreira tem receio de trafegar

A narrativa dos moradores é a mesma desde 2000, quando o Diário Gaúcho mostrou os buracos e valas que se misturam com o asfalto. Na Rua Eduardo da Silva Peixoto – conhecida também por Rua Dois –, o morador conta que há muitos anos não ocorrem manutenções na via que fica no extremo do bairro.  

– Me parece que não dão bola para reclamações – afirma o motoboy Manoel Anselmo, 28 anos.

Acidentes

Moradora há mais de 20 anos da Rua Elmira Pereira Silveira, a dona de casa Melícia Souza, 51 anos, não lembra da última visita do poder público no bairro:

– Para qualquer tipo de manutenção, não sei quando estiveram aqui. A questão dos buracos causa acidentes diariamente. Já aconteceu entre ônibus e carro, moto e carro, é muito comum. Motoristas de aplicativos reclamam muito e alguns até  mandam os passageiros descerem antes de chegar em casa, evitando a buraqueira – conta a moradora.

Licitação

Ao longo dos anos, a prefeitura alegou falta de recursos para a melhoria das ruas do bairro. Já nas reportagens mais recentes, a Secretaria de Obras e Viação (Smov) garantia apenas a colocação de brita. Em 2019, o representante da pasta afirmou que uma licitação estava sendo projetada para a realização de uma obra de recuperação da pavimentação, mas, conforme os moradores, o cenário não sofreu qualquer alteração.

Como Melícia relata, acidentes são frequentes, e o Diário já registrou os transtornos. Em 2016, a rota de ônibus foi alterada porque as ruas estavam precárias. À época, cerca de 400 pessoas foram prejudicadas pela mudança. Em menos de um mês, a prefeitura concluiu o recapeamento das ruas onde os ônibus circulavam.

Félix Zucco / Agencia RBS
Rua Elmira Pereira Silveira onde já houve acidentes

Já na Rua Hermínio Rodrigues Machado, há dois anos, houve uma colisão frontal entre um ônibus e um carro, que felizmente não deixou feridos. O coletivo desviava dos buracos, ocupando a pista por onde o veículo vinha. Imagens da câmera de segurança de uma chapeação flagraram o momento do acidente. Essa via, conforme os moradores, foi uma das contempladas pela operação tapa-buracos.

– De todas as ruas, priorizaram as que passam as linhas de ônibus, como a Rua Seis – destaca Melícia.

Quando ocorrerão mudanças?

O secretário de Obras e Viação, Rogério Negreiros, confirma o que disse Melícia, destacando que a mobilidade urbana é a prioridade e, por isso, as ruas que fazem parte das rotas de ônibus receberam conserto. Além disso, Negreiros explica que o Jardim Algarve é a região com maior pavimentação asfáltica em sua totalidade.

– Por isso, o bairro demanda serviços de manutenção. Temos duas equipes trabalhando diariamente na recuperação da região há cerca de 60 dias com a operação tapa-buracos, em que é colocada uma camada de asfalto sobre os buracos. É diferente da recuperação total – afirma.

Negreiros destaca que ruas como Antônio Carlos Jobim, Quatro, Vinte e Quatro e Trinta e Três, entre outras, já receberam os reparos.

Vias novas

Segundo o secretário, recursos estaduais e federais são destinados para locais onde não existe pavimento – ou seja, onde a obra começa do zero:

– A cidade possui em torno de 350 quilômetros de vias não pavimentadas. A população cobra esse serviço.

No caso do Algarve, é preciso recursos municipais para a recuperação do pavimento já existente. Desta forma, na quinta-feira passada, o prefeito José Appolo assinou processo licitatório, com previsão de apresentação das propostas de empresas interessadas até 30 de junho.

– Para as obras das ruas da cidade, o investimento na atual gestão é de

R$ 8 milhões. Correndo tudo certo, em 30 dias já teremos a empresa, e mais 15 a 20 dias, nas ruas – afirma o secretário.

PROMESSA

/// A prefeitura está em fase de recebimento de propostas de empresas interessadas. A previsão de início das obras é de 45 a 50 dias.

/// Investimento: R$ 8 milhões nas ruas de Alvorada.

Produção: Caroline Tidra

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