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Coronavírus

Atraso na chegada de vacinas faz fila da segunda dose crescer

Até o início da semana, cerca de 40 mil pessoas não haviam tomado a aplicação de reforço. Com atraso na entrega, número ficou maior.

01/05/2021 - 05h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Marco Favero / Agencia RBS
Problema ocorre devido a lote reduzido de CoronaVac

Desde o início da semana, com lotes reduzidos da CoronaVac chegando aos Estados, a aplicação da segunda dose do imunizante precisou ser colocada de lado. No Rio Grande do Sul, diversas cidades, inclusive Porto Alegre, têm doses insuficientes e interromperam a aplicação, que deveria ocorrer 28 dias depois da primeira. 

Especialistas e os próprios governos garantem que não há problemas na janela entre as aplicações superar os 28 dias, mas também não há informação sobre o quanto se pode esperar entre uma dose e outra. A questão é que essa falha na entrega das vacinas vai aumentar a dificuldade que prefeituras estão tendo em conscientizar pacientes sobre a necessidade da segunda dose para atingir a melhor eficácia do imunizantes.

Dados obtidos pela reportagem junto de prefeituras da Região Metropolitana mostram que, antes mesmo da escassez de doses, muitas pessoas que haviam sido vacinadas e já estavam aptas a receber a segunda dose, deixaram de fazer isso. Na Capital, por exemplo, até o último domingo (25), cerca de 30 mil pessoas tinham recebido a chamada D1 (dose um) da CoronaVac há mais de 28 dias e não tinham registro de D2 (dose dois) sistema do Programa Nacional de Imunização (PNI). 

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A informação é da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “O dado também pode incluir doses feitas sem registro e não comparecimento”, alerta a pasta, diante do alto número.

Limitado

Em Gravataí, também na Região Metropolitana, quase 6 mil pessoas não haviam buscado a segunda dose, mesmo podendo fazer isso. Segundo a prefeitura da cidade, a estimativa era 5.877 pessoas aptas a receber o complemento do imunizante. E com a chegada reduzida de doses, a prefeitura de Gravataí fez coro ao alerta de cidades vizinhas, apontando para um estoque limitado de segunda dose no município. 

Apesar do número menor, Viamão também tem um público que deixou de comparecer para tomar a segunda dose da vacina. Segundo informações da prefeitura, até o início da semana, eram cerca de 2,5 mil pessoas aptas para completar a imunização, mas que não haviam procurado os serviços de saúde para fazê-lo. 

Em Esteio, desde domingo (25) a aplicação da segunda dose está suspensa. Se antes, os municípios já estavam tendo trabalho em conscientizar e incentivar pacientes a tomarem a segunda dose das vacinas, agora, o trabalho precisa continuar para que o intervalo maior por falta de doses não deixe a aplicação cair no esquecimento.

A queda no número de vacinas entregues, vale lembrar, foi ocasionada pela suspensão temporária da produção do imunizante do Instituto Butantan, entre 7 e 19 de abril. A paralisação foi pela pela falta de insumos de produção. De acordo com a instituição, uma nova remessa de vacinas ao Ministério da Saúde, com 5 milhões de doses, deve ser encaminhada na primeira semana de maio.

Adesão muda nas cidades

Em municípios como Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo, as administrações já projetam problemas com a falta de doses. Conforme as administrações , até o final da semana, outras cerca de 31 mil pessoas ficaram aptas a receber a D2 da CoronaVac. Em Viamão, a prefeitura projetou que, até final desta semana, mais 5.780 pessoas que tomaram a primeira vacina no final de março chegariam ao período de receber a segunda dose. 

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A prefeitura de São Leopoldo previa “uma enorme crise” até o final desta semana, conforme nota enviada à reportagem. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde,  o número de pessoas que não foram receber a segunda dose após os 28 dias é muito baixo. Porém, com o problema na entrega de doses, esse quadro cresceria para cerca de 8 mil pessoas que  completam os 28 dias de aplicação da primeira dose. 

O cenário é parecido em Canoas. Por lá, a adesão pela segunda dose estava acima dos 90%, conforme a prefeitura, mas em função da falta da CoronaVac, a cidade precisou suspender a segunda aplicação. O problema atinge pelo menos 10.258 canoenses que já completaram até este sábado (1°) o intervalo de 28 dias entre as aplicações.

Agendamentos

Em Novo Hamburgo, a administração prevê que seriam necessárias 7,1 mil doses de CoronaVac para atender a demanda da segunda dose até sexta-feira (30). A última remessa enviada foi na sexta-feira anterior, com 1.010 doses, quantidade suficiente apenas para as aplicações que estavam agendas até sexta-feira.

– Os municípios estão vacinando tão rápido quanto as vacinas são entregues. As vacinas precisam estar nos braços das pessoas e não nas geladeiras. Esta foi a determinação que os municípios receberam – pontuou a prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt.


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