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Vacina contra a covid-19

Estado ultrapassa 21% da população imunizada com primeira dose; atraso em segunda preocupa

Apenas 9% dos habitantes receberam o reforço do imunizante, que garante proteção maior contra a doença

09/05/2021 - 12h48min


GZH
Anselmo Cunha / Agência RBS

O Rio Grande do Sul ultrapassou 21% da população vacinada com a primeira dose da vacina contra a covid-19 (2.457.497 habitantes entre 11.329.605), segundo o monitoramento da imunização mantido pelo governo do Estado. Porém, apenas 9% da população (1.029.935) recebeu a vacina de reforço, capaz de aumentar a proteção contra o coronavírus

O chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Eduardo Sprinz, pede cautela, pois ainda não há motivos para comemorações. 

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— Se compararmos com zero vacinados, há o que celebrar. Se compararmos com o que é o ideal, não há nada para comemorar. A maior parte da população foi vacinada com a CoronaVac. Os estudos dizem que a proteção (com esta vacina) só ocorrerá duas semanas após a segunda dose. Então, estamos muito longe disso. A vacina da Fiocruz (Oxford/AztraZeneca) começa a garantir uma proteção duas semanas após a primeira dose. Neste momento, menos de 10% da população está realmente protegida — justifica Sprinz.

O infectologista explica que, quanto maior for o intervalo entre a primeira e a segunda dose, maior a chance de ocorrer um "escape viral" – o surgimento de uma nova variante. Ele ressalta que o correto é a realização da dose de reforço no tempo indicado para se obter a proteção máxima. 

— O grande risco de espaçar muito as doses é dar chance para o aparecimento de novas variantes. Porque se temos uma proteção parcial, isso significa que, neste contexto, podem aparecer novas  variantes — alerta.

Para o  virologista Fernando Spilki, ainda são número baixos, que requerem cuidados individuais e coletivos:

— Ainda que se possa sentir algum efeito observável em faixas etárias e categorias com maior cobertura vacinal, para a população em geral sabemos que, em um panorama otimista, só vamos ter uma maior segurança atingindo acima de 70% de indivíduos imunizados com as duas doses. Esses patamares de vacinação atuais não justificam, por exemplo, as flexibilizações que vêm sendo propostas.

Nova remessa

Neste sábado (8), o Estado recebeu uma nova remessa da vacina CoronaVac, que será distribuída na segunda-feira (10). Representantes das 18 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) e de municípios próximos à Capital poderão retirar os lotes a partir das 9h na Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadi), em Porto Alegre.

A remessa total, com 63,6 mil doses, será destinada à aplicação da segunda dose (D2) em pessoas que já estão com o prazo de aplicação vencido.

Oxford/Astrazeneca

As 243,4 mil doses de vacinas Oxford/Astrazeneca que chegaram ao RS na quinta-feira (6) foram reservadas, por determinação do Ministério da Saúde, para a segunda dose em pessoas que receberam a primeira aplicação das remessas de 25 de fevereiro e 22 e 26 de março. A segunda dose para esses grupos está prevista para ser aplicada a partir dos dias 21 de maio e 14 e 18 de junho.

Pfizer

Na segunda-feira (10), há previsão de chegada de um lote de 69.030 doses da vacina da Pfizer. Os imunizantes serão utilizados apenas em Porto Alegre. A remessa fica na Capital por questões de logística e armazenamento, uma vez que devem ser conservadas congeladas em superfreezers que alcançam a temperatura de -80ºC. Ao chegarem, serão distribuídas aos postos de saúde para aplicação imediata de 35.837 doses. As 33.193 doses restantes deverão ser mantidas em superfreezers emprestados pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pela Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), até a próxima distribuição.


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