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Imunização no Estado

RS tem mais de 377 mil pessoas com a segunda dose da CoronaVac atrasada

Outros 67 mil cidadãos estão aptos a receber a injeção de reforço, mas imunizante do Instituto Butantan já começa a faltar em unidades de saúde da Capital

25/05/2021 - 21h42min


Eduardo Pinzon
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Eduardo Paganella
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Eduardo Paganella / Agencia RBS
Atendente de farmácia Liane Rodrigues, 32 anos, ficou uma hora na fila, mas não conseguiu receber a segunda dose

O lote com 251,2 mil unidades de CoronaVac distribuído aos municípios gaúchos há uma semana não foi suficiente para zerar o déficit de segundas doses atrasadas no Rio Grande do Sul. Nesta terça-feira (25), segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), 377.486 pessoas estão com o esquema vacinal fora do prazo — período acima de 28 dias desde a primeira aplicação. Há uma semana, esse número era de 179 mil pessoas.

A SES trabalha com duas hipóteses para o aumento de 110% no contingente com essa vacina contra a covid-19 atrasada: a subnotificação de vacinados fez com que o Estado não conseguisse mensurar a quantidade de segundas doses pendentes e de pessoas que, até aquele momento, ainda não haviam entrado no período considerado como atraso.

O governo do Estado solicitou, na semana passada, que as prefeituras atualizassem os dados de vacinação no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). Dessa forma, seria possível conhecer o real cenário de doses faltantes para completar o esquema vacinal da CoronaVac no Rio Grande do Sul. 

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Além das 377 mil aplicações atrasadas, outras 67 mil pessoas estão no chamado "período ideal" para tomar a segunda dose.

Doses começam a faltar na Capital

Durante a manhã e a tarde desta terça-feira, a reportagem de GZH circulou por postos de vacinação contra a covid-19 em Porto Alegre. No Centro de Saúde Modelo, no bairro Santana, as doses de CoronaVac terminaram pela manhã. As unidades Santa Cecília e Santa Marta também distribuíram senhas de vacinação, que se encerraram pela manhã.

Na Zona Norte, o Centro de Saúde IAPI teve grande procura pela dose 2 da CoronaVac. Por volta das 14h30min, 130 doses foram aplicadas em profissionais de saúde que buscavam a imunização. Logo após, uma fila se formou em busca de sobras das doses, o que não ocorreu e frustrou dezenas de pessoas.

A atendente de farmácia Liane Rodrigues, 32 anos, ficou uma hora na fila, mas não conseguiu receber a segunda dose:

— A pergunta que não quer calar é: o efeito vai ser o mesmo ou não? A gente trabalha na saúde, torce e reza para que tenha logo. Estou ansiosa. 

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GZH tentou contato com técnicos da SES para que avaliassem a situação do Estado, mas foi informado não existir "fonte disponível no momento". 

Atraso é prejudicial?

 O intervalo entre doses superior ao recomendado pelo fabricante da CoronaVac ainda não tem seus efeitos conhecidos, apontam especialistas. Em bula, o Instituto Butantan, que produz essa vacina contra a covid-19 no Brasil, recomenda de duas a quatro semanas entre a dose 1 (D1) e a dose 2 (D2), porém, a escassez do imunizante tem aumentado essa lacuna.

Em uma reunião na Câmara dos Deputados na semana passada, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que a segunda dose da CoronaVac deve ser aplicada mesmo com atraso em relação ao prazo definido na bula. Covas assegurou que estender o período entre as duas aplicações não diminui o efeito do imunizante.

— Do ponto de vista de estimular as defesas, podemos atrasar. Mas de quanto tempo pode ser esse atraso, ainda não sabemos. O grande problema é que essas pessoas estão parcialmente imunizadas e ainda não sabemos como essas defesas se comportam para todas as variantes do vírus — explicou o infectologista Eduardo Sprinz. 


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