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Mais pedestres, menos trânsito

Saiba quais são as melhorias previstas para a rodoviária de Porto Alegre após licitação

Entre R$ 10 milhões para gastos em obras viárias está o afastamento das paradas de ônibus

31/05/2021 - 12h43min

Atualizada em: 31/05/2021 - 12h45min


Caue Fonseca
Caue Fonseca
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Robinson Estrasulas / Agencia RBS
Administrada pela mesma empresa há mais de 80 anos, estação rodoviária central da Capital tem edital para concessão por 25 anos

A licitação de concessão da rodoviária de Porto Alegre pelos próximos 25 anos, lançada na quarta-feira passada (26), determina que a concessionária vencedora execute uma série de melhorias na estrutura da estação e de obras viárias para melhorar o trânsito no entorno. 

A principal delas é a obra viária que tiraria dos ônibus de linha vindos do Viaduto da Conceição a necessidade de acessar a lateral da rodoviária para o desembarque de passageiros. Ou seja, eles sairiam do chamado “x” da rodoviária, como ficou conhecido o cruzamento de acesso à Avenida Castelo Branco e o viaduto da Avenida Júlio de Castilhos. 

Em vez disso, ao sair do viaduto pela Rua da Conceição, os ônibus seguiriam por um corredor exclusivo na mão da esquerda e acessariam uma estrutura de embarque e desembarque. Ela ficaria no gramado do Largo Edgar Koetz, debaixo de onde fica a passarela de pedestres. Para acessar a rodoviária, os passageiros dos ônibus de linha desceriam ali e atravessariam um túnel debaixo da via que sairia quase na entrada principal da rodoviária, ao lado da rampa de acesso à passarela. 

Sem os ônibus de linha no local, os carros teriam trânsito facilitado para acessar a Avenida Castelo Branco e sair da cidade. Já o espaço onde ficam hoje as paradas ganharia uma cobertura para pedestres por toda a lateral da rodoviária até a escadaria da estação da Trensurb. A área onde ficam os táxis também ganharia cobertura para dar mais conforto ao embarque. Em frente à entrada principal, a faixa de pedestres seria ampliada e transformada também em lombada, uma "lombofaixa". 

Outra obra viária prevista é um retorno alternativo para os ônibus intermunicipais e interestaduais para acessarem a Avenida Mauá no sentido de quem sai da cidade. Na prática, seria uma opção adicional de saída para os veículos, útil em dias em que a rodoviária tem engarrafamentos rumo ao Interior. 

Para realizar essas obras, a concessionária terá de investir R$ 10 milhões. Se os custos da obra ultrapassarem o valor, a empresa e o governo do Estado dividem o custo adicional em 50% cada. Conforme a Unidade de Concessões e PPPs (parcerias público-privadas) do Executivo estadual, as alterações citadas serão sugeridas à concessionária, mas podem sofrer ajustes até o projeto executivo ser submetido para aprovação da prefeitura de Porto Alegre. 

Os R$ 87,3 milhões em obras na estação preveem ainda melhorias na estrutura interna, como setores de espera fechados e climatizados e escadas rolantes de acesso ao segundo andar, qualificando o local para novos espaços comerciais. Das melhorias previstas, 70% devem ser implementadas nos primeiros três anos. A licitação será em 26 de agosto, e vence quem oferecer o maior valor de outorga fixa (mínimo de R$ 868.811,91). O Estado recebe ainda uma outorga variável conforme o faturamento da concessionária ao longo dos 25 anos. 

Se não houver maiores entraves com a licitação, o governo do Estado prevê que a nova concessionária assuma a administração da rodoviária até o início de 2022.

Mudança de local não avançou

O atual projeto de licitação da rodoviária – administrada pela empresa Veppo há 80 anos – vem sendo montado pelo Piratini desde 2017, ainda no governo José Sartori. Ao longo dos anos, foi discutida com a prefeitura de Porto Alegre a possibilidade de trocar a estação rodoviária de local, desejo da administração municipal para amenizar o fluxo de veículos na região do Centro Histórico. Umas das possibilidades seria leva-la ao 4º Distrito, mantendo a atual estação exclusiva para ônibus da Região Metropolitana. A hipótese, todavia, nunca teria evoluído para um projeto concreto. 

– É importante recordar que o Estado enfrenta uma ação civil pública no Ministério Público para realizar a licitação. A cada mês, somos notificados. Além da definição desse novo local, mudar a rodoviária de lugar implicaria em toda uma qualificação da estrutura no entorno. Quando seriam feitas essas obras? Em torno da Arena do Grêmio, por exemplo, em quase 10 anos nunca foram feitas – compara Rafael Ramos, diretor da Unidade de Concessões e PPPs do governo do Estado. 

Embora a estação tenha se mantido no mesmo local, a licitação, segundo Ramos, contempla o objetivo do município de tornar o local menos inóspito. Isso ocorreria por meio de mudanças no trânsito para tornar o fluxo de pedestres mais acessível e pela própria qualificação do interior da estação, que antes da pandemia da covid-19 recebia 15 mil pessoas por dia. 

O Estudo de Viabilidade Urbanística da prefeitura determina ainda que haja revitalização de espaços próximos da rodoviária e reforço na segurança, com mais câmeras de monitoramento, iluminação e paisagismo na região. 



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