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Seu Problema é Nosso

Falta de insulina em posto de saúde preocupa morador de Viamão

Maurício Raugust fala que, periodicamente, necessita arcar com as despesas da compra do medicamento

21/06/2021 - 10h14min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Cada caneta de remédio que Maurício precisa custa em torno de R$ 100

Preocupar-se em comprar remédios para seu tratamento contínuo de diabetes é algo que o vendedor Maurício Raugust, 39 anos, precisa encarar periodicamente. É da Unidade Básica de Saúde (UBS) São Lucas, na Parada 44 de Viamão, que ele costuma receber as canetas de aplicação de insulina, essenciais no controle da doença. Porém, em 1° de junho, o morador do bairro Santa Isabel foi à Unidade de Saúde para retirar o produto, mas lhe informaram que está em falta.

Maurício é portador do tipo 1 da doença, considerado o mais grave. Para as pessoas com a comorbidade, os cuidados devem ser mais intensos. Diariamente, é preciso usar insulina para controlar o nível de glicose no organismo. Para Maurício, são necessárias três aplicações por dia. 

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Despesa  

As canetas de insulina têm a vantagem de serem mais praticas para a utilização, além de seus usuários poderem transportá-las. Quando ela vem nas ampolas, precisa ser refrigerada, o que impede sua locomoção. O Estado distribui as canetas para pessoas que conquistaram o direito de receber o material que, nas farmácias, custa em média R$ 100 a unidade.

Maurício, que há mais dez anos já retira o produto na Farmácia do Estado, fala que as canetas de aplicação faltam periodicamente. Quando isso ocorre, ele precisa comprar o produto. O vendedor recebe cinco canetas por mês. Se fosse pagar por elas, teria uma despesa de, em média, R$ 500 mensais. Como não têm condições de arcar com esse gasto, opta pela compra das ampolas, que são mais em conta.

– Neste mês, vou ter que comprar, e é um custo – comenta o vendedor. 

Frustração 

Além da preocupação em arcar com a despesa, Maurício se queixa da falta de uma resposta clara quanto ao retorno do abastecimento. Ele comenta que, quando faltam os remédios no posto de saúde, a única resposta que recebe é de que “não há previsão de entrega”. Sua frustação, comenta, é a aparente não transparência em relação aos motivos da falta e à não existência de prazos de regularização do serviço.  

– Sempre tem um momento ou outro do ano em que falta, e a gente não sabe o porquê – declara.  

Ele ainda questiona o vencimento do produto, que, segundo ele, está vindo com uma data de validade apertada. Maurício encaminhou para a reportagem uma fotografia onde mostra a caneta que pegou em fevereiro. O produto vencia já no mês seguinte.

Sem explicação sobre a falta

Sobre a falta das canetas para aplicação de insulina, a Secretaria Municipal da Saúde de Viamão comenta que recebe o medicamento “individualmente para cada paciente”. Ou seja, a quantidade do material chega para a cidade conforme a demanda dos pacientes. Porém, não explicou o motivo da falta do produto no posto da Parada 44, já que a Secretaria Estadual de Saúde aponta que o repasse da medicação foi feito normalmente para o município. 

Quanto ao vencimento das canetas, a Secretaria de Viamão fala que “a dispensação das insulinas é para uso mensal, e não há dispensação de medicamentos vencidos”. A pasta explica que, se o medicamento vence em junho, por exemplo, ele pode ser utilizado até o último dia do mês registrado.

Produção: Émerson Santos

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