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Coluna da Maga

Magali Moraes: 500 mil mortos

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

21/06/2021 - 05h00min

Atualizada em: 21/06/2021 - 15h10min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Fiquei sem assunto. Com essa notícia, não dá pra escrever sobre qualquer outra coisa. Só consigo pensar nas 500 mil famílias que perderam alguém pra covid-19. São 500 mil pais, mães, filhos, irmãos, amigos, sogros, vizinhos, colegas, tios, avós, primos, sobrinhos. Perdas recentes, lá do começo do ano ou de 2020, mas que seguem doendo como se tivessem acontecido hoje. O que você vai fazer hoje? Seguir a sua vida normalmente? Reclamar que o fíndi acabou e queria dormir mais um pouquinho?

Após quase um ano e meio de pandemia, a gente meio que acostuma com tantos números ruins. A morte banaliza, veja a que ponto chegamos. A dor dos outros não é sentida na própria pele, e o vírus continua matando. Quando arredonda o número, aí cai a ficha: 500 mil mortos!! É meio milhão. Se fosse dinheiro, seria uma bela grana pra guardar ou gastar. O que você faria com 500 mil reais na conta? Não esqueça que vidas valem infinitamente mais. E se uma dessas 500 mil vidas fosse a sua? 

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Sentimentos

Enquanto eu escrevia essa coluna no sábado à tarde, veio a notícia das 500 mil mortes. Agora mesmo já devem ser mais. Meus sentimentos aos leitores que perderam familiares ou amigos pra covid-19. Meu desprezo aos negacionistas. Meu respeito ao SUS e à ciência. Estou vacinada, e sigo usando máscara corretamente, lavando bem as mãos, passando álcool gel, ficando em casa o máximo possível e evitando qualquer aglomeração. E você? Segue se cuidando ou acha que não precisa mais?

Para nós, hoje é mais uma segunda-feira. Para as 500 mil pessoas que morreram, também poderia ser. Elas poderiam estar lendo jornal, tomando café, trabalhando, molhando as plantas, abraçando ou sendo abraçadas, fazendo planos, sorrindo, vivendo. Dentro de você, existe um coração batendo. Que ele não endureça e ache normal o Brasil ter 500 mil mortos, quando muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas com vacinação antecipada. Não foram. Quantas vidas ainda perderemos? 

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