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PAPO RETO 

Manoel Soares: "Uma sociedade sem polícia é onde a barbárie impera"

Colunista escreve no Diário Gaúcho aos sábados.

12/06/2021 - 05h00min


Instagram Kathlen Romeu / Reprodução
A jovem Kathlen, grávida, foi morta por um tiro de fuzil no Rio de Janeiro

Uma sociedade sem polícia é onde a barbárie impera. Quem acha que deveríamos acabar com a polícia nunca viveu em uma favela onde a polícia não entra. Volta e meia, ficamos dependo do humor de um menino de 22 anos que chefia o tráfico local. Se ele está a fim de curtir música até as sete da manhã em volume máximo, temos que aceitar. Se ele está mordido com algo e quer que a festa de aniversário de sua vó não aconteça, ele manda parar. 

Já conhecia muitos "nego véio" do crime que tratavam as quebradas com respeito e seguiam um "código" da velha escola da bandidagem. Hoje, são raros. 

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Por outro lado, tem algo de errado com nossas polícias. Eles têm um regulamento a seguir, mas a pancadaria do dia a dia faz alguns ignorarem as diretrizes e agir pior que bandidos. A morte da Kathlen, jovem grávida no Rio de Janeiro, é um exemplo, mas em nosso Estado não vamos longe quando falamos de absurdos. Policiais no Presídio Central agrediram o advogado Ismael Schmitt por acharem que ele não parecia ser advogado. Chegaram a quebrar a carteira dele da OAB sem nem explicar o porquê de tanta violência. Atitudes assim fazem as pessoas fragilizadas estarem mais conectadas aos bandidos que à polícia, o que é um erro, mas também é um fato. A moral é não aplaudir os acertos do crime nem os erros da farda.


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