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Primeira turma do projeto Pretos que Voam tem formatura prevista para novembro

Iniciativa que partiu de comissários de voo busca visibilizar, fortalecer e aumentar a presença de pessoas negras na aviação civil brasileira

22/06/2021 - 12h20min

Atualizada em: 08/12/2021 - 14h00min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Laiara e Kenia (sentadas) com a turma de bolsistas contemplados pelo projeto

A primeira turma do projeto Pretos que Voam, formada por estudantes contemplados pela bolsa de estudos para o curso de Comissário de Voo, já está em sala de aula. O Diário Gaúcho mostrou a iniciativa em março, quando as inscrições estavam abertas. A chance para os 11 jovens e adultos foi possível por meio do financiamento coletivo Matchfunding Enfrente, da Benfeitoria, plataforma de mobilização de recursos para projetos de impacto social e econômico, entre outros.

A iniciativa é coordenada pelo coletivo Quilombo Aéreo, que surgiu com o propósito de visibilizar, fortalecer e aumentar a presença de pessoas negras na aviação civil brasileira. Considerando que o investimento para a formação é alta, as bolsas foram criadas para tornar possível a profissão a minorias, conforme explicaram as comissárias de voo Kenia Aquino, 35 anos, e Laiara Amorim, 33 anos, idealizadoras do projeto. Além do Curso de Aviação, os bolsistas receberam uniformes, um minicurso de língua estrangeira e o pagamento da taxa das provas junto à Agência de Aviação Civil.

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– Estou muito feliz por vê-los gratos. Todos são muito diferentes, com idades entre 18 e 30 anos, estereótipos diferentes e tonalidades diversas. Estou achando maravilhoso poder vivenciar isso com eles – comenta Kenia. 

Processo seletivo

De acordo com a comissária, que também é uma das professoras do curso realizado na Palegre Escola de Aviação Civil, as aulas começaram no início de maio, e a previsão de formatura é em novembro. Foram mais de 160 inscritos no projeto e, após várias etapas do processo seletivo, os 11 bolsistas foram contemplados. Segundo Kenia, os estudantes são de diversos pontos da Região Metropolitana, como Esteio, Porto Alegre e Viamão.  

Conforme dados levantados pelo grupo, o número de comissários negros atuando hoje no Brasil totaliza cerca de 5% do quadro de funcionários. Segundo Kenia, a ideia é que o projeto se estenda por, pelo menos, mais três anos, abrindo mais vagas para pessoas negras ingressarem na profissão. 

A próxima edição é prevista para o ano que vem, e a divulgação é realizada por meio da página do Instagram  @vooNegro.

“Me apaixono mais pela profissão”, diz aluna

A estudante de Técnico em Administração Laura Costa, 25 anos, foi uma das selecionadas. Ela, que mora na zona sul da Capital, já havia tentado ingressar na profissão no passado. 

– Em 2017, já tinha visto escolas em Porto Alegre, mas, naquela época, tive que dar prioridade para outras coisas. Aí vi esse projeto e me inscrevi, mas não tinha expectativa de conseguir. Quando fui selecionada, senti que esse momento era para mim – relembra. 

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Laura destaca o acolhimento entre os alunos

Laura declara que é grata por quem lutou para fazer o projeto sair do papel, como Kenia e Laiara.

– Em cada aula, me apaixono mais pela profissão. É maravilhoso – conta a bolsista.

Em relação à turma, Laura destaca  acolhimento e a união entre os estudantes:

– Nós, do Quilombo Aéreo, somos uma família, e a gente se acolhe. Não existe receio entre nós, e cada aluno tem uma característica particular e um papel essencial na turma. Por isso está sendo especial.

Produção: Caroline Tidra 

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