Papo Reto
Manoel Soares: a dor do forte
Colunista escreve aos sábados no Diário Gaúcho
Quem é a pessoa linha de frente em sua família? Aquela pessoa que, na hora do pega, assume a bronca e segura toda a onda? A questão é que, às vezes, a força dessa pessoa é confundida com não sentir as dores da vida.
Os fortes sentem dor assim como você, choram, sofrem, precisam de um ombro amigo. O que faz deles pessoas diferentes é que a porrada não paralisa. Eles caem e levantam.
Tratar os fortes como super humanos, nos quais achamos que podemos colocar todos nossos problemas, é, em muitos casos, falta de respeito. Quem não tem “simancol” para saber que cada um precisa lidar com os seus pepinos é imaturo, e merece tomar nos dedos quando não se toca.
Quem merece ajuda?
Quem é forte também precisa saber escolher quem merece sua ajuda. É comum a presença de um “herói” estimular a falta de iniciativa e atitude. Nessa hora, quem é linha de frente vive o dilema entre evitar o sofrimento de quem ama e não ser refém da obrigação de ajudar. A recomendação é a lógica do 50% por 50%. Devemos fazer somente a metade do que a pessoa precisa e a outra metade é com ela. Se mesmo assim ela não fizer sua parte, ou ao menos se esforçar para fazer, aí, que segure seu balanço.
Nenhum coração aguenta porradas constantes. Ser forte não significa não sentir ou não sofrer, ser forte significa que sobrevivemos às pancadas. Ter isso em mente é amadurecer como pessoa.