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PAPO RETO

Manoel Soares: "metendo a colher"

Colunista escreve no Diário Gaúcho aos sábados 

17/07/2021 - 05h00min


Manoel Soares / Arquivo Pessoal

Nesta semana, as imagens do Dj Ivis agredindo a esposa na frente da mãe e do filho dela rodaram as redes sociais. As cenas são revoltantes, mas são comuns.  

Antes de tudo, não existe nenhum contexto no qual aquele tipo de agressão seja compreensível. Algumas pessoas tentam passar pano perguntando: “o que ela fez para apanhar?”. 

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Eu respondo: nasceu mulher. Nessa pandemia, as agressões domésticas aumentaram muito. Nós, homens, temos que entender nossa função nessa luta. Afinal, o problema não está nas mulheres, mas nos homens. 

A primeira coisa é se dar conta que quem educa os homens são outros homens. Numa roda de samba, tomando uma ceva, batendo uma bola ou em qualquer outro momento em que trocamos uma ideia com a rapaziada temos que aproveitar para dar cortes naqueles que entram numas de contar vantagens dizendo que arrepiam as minas na pancada. Quando nós ridicularizamos esses babacas, eles começam a entender que não tem plateia para o show de horror que eles fazem. 

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Além disso, temos que entender que quando o assunto é agressão contra a mulher, meter a colher é obrigação moral. Imaginem seu pai tentando matar sua coroa, você criança, apavorado com os gritos, e seu vizinho adulto diz que não vai socorrer porque não se mete em briga de casal. 

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Ficar em silêncio nessa hora é ser conivente com a agressão e cúmplice de um crime. Tem que discar 180 ou 190 na mesma hora e dar o papo que a polícia está chegando. Quando fazemos isso, conseguimos parar aquele momento mais agudo que pode resultar em óbito. 

Temos o dever que acabar com a cultura da agressão a mulher e isso só rola se formos intolerantes com qualquer tipo de agressão, seja ela verbal, física, psicológica ou emocional. Para você que é agressor e está lendo, quero que saiba que sua hora tá chegando, seu babaca.


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