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Combate à covid-19

RS vai encurtar intervalo da segunda dose das vacinas AstraZeneca e Pfizer

Período entre as aplicações será reduzido de 12 para 10 semanas

12/07/2021 - 20h10min

Atualizada em: 12/07/2021 - 20h10min


Marcel Hartmann
Marcel Hartmann
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Mateus Bruxel / Agencia RBS
Decisão vale a partir desta terça-feira

O Rio Grande do Sul vai reduzir o intervalo entre a primeira e a segunda dose de duas vacinas contra a covid-19, decidiram a Secretaria de Estado da Saúde (SES-RS) e os secretários municipais da Saúde em reunião na tarde desta segunda-feira (12).  A decisão foi tomada devido à suspeita de dois casos da variante Delta (com origem na Índia) em investigação no Estado - o resultado deve sair até o fim da semana. 

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A AstraZeneca e a Pfizer terão intervalo reduzido de 12 semanas para 10 semanas. A medida vale para todos que já receberam os imunizantes e para os futuros vacinados. Não haverá alteração para a CoronaVac, que permanece com 28 dias entre as aplicações. A Janssen é de apenas uma injeção. 

A mudança vale a partir desta terça-feira (13), segundo o presidente do Conselho dos Secretários Municipais da Saúde (Cosems-RS), Maicon Lemos. A SES organiza-se para enviar mais doses destes imunizantes a partir de quarta-feira (14) aos municípios, mas aqueles que tiverem em estoque já podem aplicar a partir desta terça.

A decisão vinha sendo estudada desde a semana passada pelo Palácio Piratini, como informou GZH. A mudança ocorre na esteira de Acre, Pernambuco, Ceará, Espírito Santo, Piauí, Sergipe e Alagoas, que optaram, nos últimos dias, por diminuir o tempo necessário para que a população tome a segunda dose, reportou o jornal O Globo. 

O Ministério da Saúde informou a GZH na semana passada que acompanha os estudos acerca da variante Delta e que, em reunião no início de julho, decidiu não antecipar o intervalo entre as doses. O governo do Estado de São Paulo também optou por não mudar o cronograma estabelecido.

Outros países já optaram pela redução do intervalo, como Canadá, França e Reino Unido, onde a Delta está promovendo uma nova onda de casos, mas com menor efeito sobre hospitalizações e mortes.

Em meio a um cenário de poucos imunizantes, a decisão deve reduzir o número de primeiras aplicações no Rio Grande do Sul e, portanto, a velocidade de inclusão de novas faixas etárias. No entanto, é feita com o objetivo de alcançar mais pessoas com proteção completa e permitir que mais gaúchos estejam de fato protegidos contra a variante Delta. 

Deve atenuar o impacto na campanha o maior repasse de doses em agosto e setembro pelo Ministério da Saúde. Hoje, o Rio Grande do Sul é o segundo Estado que mais aplicou a primeira dose em sua população (46,5% dos gaúchos) e a segunda (26,6% dos habitantes), de acordo com dados do portal Covid-19 no Brasil. 

O receio de autoridades se dá após a Índia ter registrado grande piora da pandemia com o surgimento da nova variante. Outras nações viram também aumento de casos e hospitalizações entre os não vacinados. 

Estudos têm resultados diferentes sobre os efeitos da variante quanto às vacinas, no geral apontando eficácia menor para casos sintomáticos, mas manutenção da proteção contra hospitalizações, desde que tomadas as duas doses.

Estudos preliminares sugerem que a proteção oferecida com apenas uma dose pode ser insuficiente contra a variante Delta, ao contrário do que ocorria com outras cepas. A constatação eleva a necessidade de a população que não tomou duas doses a redobrar os cuidados com distanciamento e uso de máscara. 

Também é preciso prestar atenção aos sintomas. Ao contrário das outras variantes, a Delta não costuma causar perda de olfato e de paladar, o que pode levar à confusão com os sintomas de  um resfriado ou de uma alergia.


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