Mão de obra estrangeira
Em evento na Capital, ONG mobiliza empresas para contratação de imigrantes e refugiados
Pelo menos três companhias que participaram do encontro demonstraram interesse no recrutamento
Um evento realizado pela ONG Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR), nesta terça-feira (24) pela manhã, mobilizou 12 empresas interessadas na contratação de imigrantes para o seu quadro de funcionários. O encontro ocorreu no Senac Tech do bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, com o objetivo de sensibilizar empresas a abrirem suas portas para a mão de obra estrangeira. Pelo menos três companhias participantes demonstraram interesse na contratação.
O encontro abordou os benefícios do recrutamento de migrantes e refugiados, além de desmistificar barreiras, explicar processos e incentivar a destinação de vagas. Contou ainda com relatos de empresas que já contrataram essa mão de obra. Esta foi a segunda vez que o SJMR realizou o evento neste ano — agora, de forma presencial e virtual.
A iniciativa já gerou bons resultados: um dos empresários que participaram do encontro disponibilizou uma vaga para recrutamento. Outras duas empresas, de Igrejinha e de Tabaí, que já são parceiras da ONG e já haviam contratado imigrantes, também sinalizaram positivamente para novas contratações.
A BR Laser, de São Marcos, é uma das empresas que contribuíram com relato da experiência com estrangeiros, já tendo contratado nove imigrantes. Vanessa Leidemer, analista de gestão de pessoas da BR Laser, explica que o interesse surgiu devido à dificuldade de encontrar mão de obra na região. Ela entrou em contato com o SJMR, recebeu currículos e selecionou os candidatos.
Devido à situação social dos novos funcionários, a empresa ofereceu, além do salário e dos benefícios, uma casa mobiliada custeada por três meses e um auxílio para a alimentação. A comunidade ajudou na arrecadação de cobertas, roupas e eletrodomésticos.
Em relação ao desempenho dos estrangeiros, ressalta:
— São profissionais que têm muita vontade de trabalhar e crescer profissionalmente, dá para ver que eles lutam muito por uma condição de vida melhor. São funcionários muito assíduos, bem responsáveis, esforçados e que apresentam bom relacionamento com os colegas e liderança.
Os trabalhadores atuam sobretudo na linha de produção, e dois já foram promovidos, como parte do compromisso assumido pela empresa com a sua formação profissional.
Vanessa garante que a BR Laser se beneficiou da contratação — chegando inclusive a indicar o serviço para outros empresários da região.
— São profissionais bem mão na obra, eles não têm medo de se sujar, são muito proativos, disponíveis. No geral, estão se saindo muito bem mesmo. Estamos acompanhando de perto e dando feedbacks — destaca.
Conforme Lucas do Nascimento, assistente social e coordenador do SMJR na Capital, os migrantes e refugiados chegam ao Brasil em busca de uma nova oportunidade, e muitos deles possuem experiência em diversas áreas e qualificação. Em relação aos motivos para dar uma chance a esses trabalhadores, ressalta:
— A contratação proporciona a diversidade nas empresas e novas experiências culturais.
*Produção: Fernanda Polo