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Pressão no bolso

Diesel mais caro: qual o impacto do reajuste feito pela Petrobras para produtos do dia a dia

Aumento no preço do combustível é transferido para diversos produtos, como itens da cesta básica

28/09/2021 - 21h54min


Anderson Aires
Anderson Aires
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Estadão Conteúdo
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Marcelo Casagrande / Agencia RBS
Segundo associação de supermercados, alta de combustíveis encarece preço final dos produtos

O novo aumento no preço do diesel, anunciado pela Petrobras nesta terça-feira (28), preocupa setores econômicos no Rio Grande do Sul. Em um cenário de inflação elevada, o aumento do preço do combustível acaba sendo transferido para diversos produtos oferecidos ao consumidor final. Levando em conta o valor do diesel nas refinarias em 29 de dezembro de 2020, o litro do combustível acumula alta de 51% no ano ao subir para R$ 3,06.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado (Setcergs), Sérgio Mário Gabardo, afirma que a nova alta no preço do diesel causa preocupação no setor. O reajuste, diz, precisa ser repassado pelas empresas de transporte, o que acaba impactando nos custos das empresas que vendem seus produtos e do consumidor final: 

— Após cada novo aumento, temos de sentar e conversar com o embarcador para negociar, principalmente em viagens longas. Então, existe esse desgaste perante o embarcador e o consumidor, porque esse custo é repassado. 

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Gabardo afirma que o impacto do reajuste é mais amplo, pois também afeta o setor em relação a outros produtos necessários para a atividade do transporte. O efeito dominó encarece ainda mais o trabalho das empresas.

— Junto do aumento do diesel costumam vir outros, como no preço do pneu e de outros derivados usados no caminhão — cita. 

O presidente do Setcergs avalia que o governo federal deveria conversar com os Estados no âmbito dos impostos estaduais sobre os combustíveis, para diminuir a pressão nos preços. 

O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, afirma que a maior parte do frete no setor é paga pela indústria. No entanto, explica que o aumento dos custos nas indústrias acaba sendo repassado para o setor de supermercados, encarecendo o preço final dos produtos. 

— O consumidor está sendo bombardeado com o aumento de custos e perda de poder aquisitivo. Então, realmente preocupa. Cada aumento a mais é um pão a menos na mesa do consumidor — alerta Longo. 

O dirigente afirma que o aumento no preço do diesel deve ter impacto maior em produtos que compõem a cesta básica e em itens que sofrem alteração no preço em razão de demanda, safra e clima. 

O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava),  Wallace Landim, avalia que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deve realizar de imediato um reajuste no piso mínimo do frete diante da nova alta do preço do diesel. 

— ANTT precisa fazer reajuste na tabela. A atualização a cada seis meses não interfere na revisão pelo gatilho. Deu 10% de variação, mesmo que tenha feito reajuste da planilha semestral, é obrigatório fazer pelo gatilho. Já superamos os 10% — disse Landim.


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