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Cena inusitada

Lápide abandonada em calçada do bairro Menino Deus provoca sustos em Porto Alegre

Quem passou pela esquina onde o objeto foi largado achou que se tratava de um caixão

09/09/2021 - 10h35min


Karine Dalla Valle
Karine Dalla Valle
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André Ávila

Abandonada no meio da calçada, uma lápide de pedra provocou sustos em quem passou nesta quarta-feira (8) pelas ruas Múcio Teixeira e Comendador Rodolfo Gomes, no Menino Deus. Não só porque estava fora de seu lugar, já que deveria estar adornando algum cemitério, mas porque foi colocada ao lado de um caixote de madeira, dando a impressão de que um caixão havia sido largado nas ruas de Porto Alegre

Ao deparar com a lápide e o caixote, uma mulher ficou com medo. 

— Passei e achei que pudesse ter um corpo dentro desse negócio — disse. 

De longe, o caixote até podia ser confundido com um caixão. Ao se aproximar, dava para ver que era um balcão qualquer, mais parecido com os de cozinha, com cerca de 1,4 metro de extensão e 40 centímetros de profundidade, feito de um material já envelhecido. 

O nome inscrito na lápide é o de Eva Nadir Castro Alves. De acordo com o epitáfio, ela morreu em 1976. Uma falha no registro impede que se possa saber o ano de seu nascimento. 

Também não se sabe se Eva nasceu e morreu em Porto Alegre. A Central de Atendimento Funerário, que faz liberações para cremação e sepultamento, só tem registros a partir de 2003. O Cemitério Ecumênico João XXIII e o Cemitério da Santa Casa, os mais próximos do Menino Deus, a 2,5 quilômetros da esquina onde a lápide foi encontrada, não deram por nenhuma falta. 

André Ávila / Agencia RBS
Lápide foi colocada ao lado de um caixote de madeira, que mais parece um balcão de cozinha

Acionada pelos moradores, a Brigada Militar (BM) removeu a lápide por volta das 19h30min. Na ocorrência, os policiais escreveram que o caso, possivelmente, é "oriundo de um furto".

— Se é uma lápide, se deduz que foi tirada do cemitério — constatou, ao ler a ocorrência, o policial que fica na central de atendimento da BM.

Em um grupo do Facebook de moradores do Menino Deus, as fotos da lápide causaram rebuliço. Houve quem reclamou de falta de respeito, quem confundiu com um ossário, depósito onde se guardam os ossos dos defuntos, e quem sugeriu que a situação não passou de alguma brincadeira de fãs da literatura com o poeta Castro Alves. 

Fica a esperança de que, se ainda estiverem vivos, os parentes de Eva Nadir Castro Alves recuperem o epitáfio, apreendido no cartório do 1° Batalhão da BM, e recoloquem a mensagem de "saudades eternas" em seu devido lugar. 


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